Saturday, December 31, 2005

RÉVEILLON DA TIA

Os parentes são poucos mas existem, da minha família próxima. Minha tia da praia acertou com meu tio do alto (da serra é alucinação, da parte alta da cidade tem algo a ver) do Condomínio nobre onde a vegetação impera fácil, reunir todos no seu apartamento pra celebrar a virada.
Minha tia é uma pessoa que necessita zelar por seus parafusos, não perder nenhum, regra básica, mantê-los aparafusados sem folga, regra salutar e a regra mais sensível, não cair em parafuso, o que pode ser difícil de visualizar no campo da psicologia comparada dos neurônios. Como explicar cair em parafuso? E ao mesmo tempo justificar a ordem operacional dos parafusos? Só me ocorre uma saída, a licença poética, quando todos os parafusos estão no lugar de praxe e cumprindo seu papel, a mente não suporte determinada pressão e caia em espiral sem propósito e noção do objetivo primeiro.
Ou seja, organizar uma festa de fim de ano que exige muita comida e muita bebida, não importando a multidão de parentes, por uma overdose de estímulos sensoriais garganta abaixo, de meia dúzia até não sei quantos.
Minha tia surtou, missão impossível pra ela reunir sanidade, planejamento de evento e execução do que passa pela cabeça da criatura.
Foram 4 dias em contagem regressiva, procurando talheres, travessas, utensílios variados, a prataria inox, fôrmas, baixelas, terrinas, pirexes, copos e mais copos. Nada descartável. Tudo pra ser esfregado, lavado e enxugado. A máquina de lavar prato é antiga, mas um cara por 80 reais consertou um vazamento, se vazar na madrugada do dia primeiro vai ser prejuízo pra ela.
Minha tia tem um forninho elétrico que ela não troca por nenhum microondas zerado. O forninho é uma antiguidade, me parece, o primeiro do gênero a existir no mundo. Então ela colocou todas as máquinas pra funcionar a contento.
Na primeira fase dos preparativos, a lavagen da parafernália guardada, bem como o que estava em uso, pra entreter noites e madrugadas adentro. Os mantimentos foram sendo comprados em supermercado 24hs, às 5:30 da manhã. Minha tia confiou na memória, o que deixou muita coisa faltando.
Na segunda fase, o preparo de sobremesas. A sua especialidade, pela qual se sente expert e a historia lhe honrará uma citação no google: o pudim de leite com as ameixas de lei em cima. Depois, a que busca perfeição, uma verdadeira bacia levando 3 caixas de gelatina de 3 cores diferentes.
Os pratos quentes, as saladas frias e outros doces, incluindo os brigadeiros pelas mãos e dedos, ficam pro dia 31.
Aí bate o frenesi, correr atrás das bebidas que estavam sendo compradas gota a gota - a ilusão da minha tia que o álcool é desnecessário ou no máximo deva se restringir a uma dose por pessoa, quando o ideal seria molhar os beiços apenas. Mais 2 tábuas de frios encomendadas num outro supermercado. Mais um pomar. Mais tira-gostos de toda sorte.

Antes que minha tia começasse a lavar as azeitonas em conserva pra servir secas aos convidados, o pessoal foi chegando e deu-se por encerrado os trabalhos. Grande quantidade de comida pretexto para uma grande bebedeira que acabou não acontecendo.

Friday, December 30, 2005

O QUE ACONTECE COM O RELACIONAMENTO DEPOIS QUE DEIXA DE SER RELACIONAMENTO?

Não é tema de redação. É uma indagação filosófica como se me perguntasse 'Existe vida após a morte?' Ou 'O suicídio liberta?' Ainda no suicídio, será que depois , por um fundamento religioso no além, continuaria aturando o que certas pessoas dizem e fazem, a condição de saco cheio ao infinito?, e será que pós suicídio o Botafogo continuará contratando mal ao infinito?
Volto ao tema filosófico do Relacionamento.
Nós nos conhecemos, foi se tornando agradável, depois prazeroso até o momento que ficou claro: sexo não era a última fronteira. Como a trama de Star Trek, as jornadas nas estrelas presumen-se que cheguem até a última fronteira (talvez com o sentido do mexicano e seu sonho de ganhar dinheiro nos EUA. E no sentido inverso, criminoso americano fugindo da Justiça e buscando no México uma praia que não lembre prisão).
Bem, eu e ela encerramos amigavelmente qualquer possibilidade algum dia tudo se transformasse em paixão neurótica e conjunção carnal. Terminamos o nada que havia se instalado nas nossas vidas e a partir do nada fora, partimos pro faz de conta que um conhecesse o outro.
Nossos encontros posteriores fortuitos e aleatórios não se tornaram amigáveis, ao contrário, sempre carregados de rejeição, irritação, animosidade.
Ainda tentei me convencer que era um capricho dela, coisa de senhora mimada. Um jogo de poder. Em que eu cumpria um papel, a parte fraca, derrotada, agindo politicamente correto, tentando ser simpático, atirando cortesias e elogios e recebendo em troca má vontade.
No primeiro confronto que tivemos pra esclarecer o entendimento desencontrado, ela negou a autoria, nem sequer apelou pra legítima defesa do meu caráter obnóxio, apenas me disse "- Voce está imaginando coisas, pela intensidade do que passamos, tá muito recente" (como se eu continuasse necessitado do nada pra existir).
Outros momentos se passaram, as situações se repetindo, minha impaciência crescendo.

Não consigo agora continuar naquele papel previsível anterior, sem que me irrite com o comportamento dela, suas interferências de quando em vez.
Nós 2 nos irritamos mutuamente.

Monday, December 26, 2005

ALGUÉM, ALGUMA COISA NOS LEMBRA

Valentin é um filme que trata da inocencia da nossa juventude em tentar decifrar e melhorar o mundo à nossa própria e pequena maneira. O personagem de 9 anos interpretado por Rodrigo Noya, possui inteligencia verbal cativante e linhagem aparente dum jovem Beatle dos anos 60. Valentin é estrábico e usa óculos peculiares, de grossos e pesados aros pretos, interferindo charme na face redonda.
No elenco também Julieta Cardinali no papel de Leticia e Carmen Maura, a avó que cria o garoto. Filme argentino escrito e dirigido por Alejandro Agresti.
"A scene in a Roman Catholic church in which angry parishioners walk out when the priest delivers a eulogy for Che Guevara serves only to assure the audience that the movie is on the side of the angels."

Se voce pensar em 'Pretty Woman' com papéis reversos, inspirado no enredo e paisagem de 'Quatro Casamentos e Um Funeral", voce chega no filme 'The Wedding Date'. A bem de vida Debra Messing (Kat Ellis) contrata os serviços do acompanhante de luxo Dermot Mulroney (Nick Mercer), pra marcar presença no casamento de sua irmã caçula na Inglaterra e provocar seu ex que é padrinho. Comédia romântica dirigida por Clare Kilner e escrita por Dana Fox.
De modo geral as pessoas querem se apaixonar, ou estão apaixonadas e identificadas com o romantismo mágico que esse tipo de produto cinematográfico oferece.
Todo mundo tem opiniões apaixonadas sobre amor & sexo - comedias romanticas têm que encontrar caminho conciliatório pra agradar todo mundo. Ninguém quer ser apenas provocado, ao contrário, precisa ser estimulado nas suas convicções, equívocos e moralidades.
"That's why such films seen so strange years later - romantic comedies from the 1960s look like something from Neptune - and yet why conversely they're so interesting: Romantic Comedies encapsulate an era's baseline attitudes about love & sexuality. To take the moral temperature of America, don't look at the risque films. Look at what's supposedly innocuous."
Meg se entusiasmou, tempos atrás ela dedicou post com foto ao filme. A morena da locadora recomendou "- É perfeito!". Idades diferentes, vidas diferentes - o mesmo encanto pela comédia romântica. Eu achei bacaninha. Debra Messing está muito bem, lembra bastante Lucille Ball, atriz e comediante perfeita da história do cinema e tv norte-americanos.

A Veja recomenda, A Época recomenda, nelsinho recomenda. Na opinião do nelsinho: imperdível. Não digo que é o melhor do ano que assisti, pra não comparar com outros excelentes filmes, desassemelhados em todos os aspectos. Diria que está entre os melhores do ano, ocupando o primeiro lugar como um time de futebol society - uma seleção campeã.
Trata-se de 'The Door in the Floor', dirigido e escrito por Tod Williams, baseado no livro de John Irving 'A Widow for One Year'.
Frase de divulgação do filme: "The most dangerous secrets are the ones we're afraid to tell ourselves."
Sinopse: "A writer's young assistant becomes both pawn and catalyst in his boss' disintegrating household."
O filme é uma obra onde a direção, o roteiro, as interpretações são de pura maestria.
O elenco: Jeff Bridges, Kim Bassinger, Ellen Fanning (a irmãzinha de Dakota. As duas são extraordinárias), Mimi Rogers, Jon Foster.
O personagem de Bridges, Ted Cole autor de livros infantis, ao ser indagado como se define, escritor ou pintor, vem com a mesma resposta: "I'm an Entertainer of children, who loves to draw".
Ruth Cole (Fanning) acorda no meio da noite e procura o pai dizendo que há alguém no seu quarto, ela sabe por causa do tipo de ruído: "A sound like someone trying not to make a sound".

Com atraso e tudo conferi 'Chicago', a eficiência técnica de Hollywood em produzir musicais está presente. Catherine Zeta-Jones dá seu recado, na base da garra e professionalismo.
Richard Guere interpreta um advogado caricato, que descontando os exageros da farsa do gênero teatral, são visíveis as artimanhas dos grandes oradores do Tribunal do Juri.
Lembra até o Roberto Jeferson que sabe usar palco e recursos cênicos pra envolver os jurados ou espectadores com palavras e histórias, obtendo atenção e simpatia.

Jane Fonda passou 15 anos longe de novos trabalhos cinematográficos. Voltou com um filme bem fraco, fuja dele. 'Monster-in-law', por aqui 'A Sogra'. No elenco a companhia de Jennifer Lopez e Michael Vartan não atenuam o resultado desastroso.



Sunday, December 25, 2005

SONHO no natal

Era um motel diferente, nada que lembrasse motel, antes de chegar aos quartos voce passava por uma lanchonete, um drive thru com as próprias pernas, la voce podia fazer um lanche e simplesmente não ir aos quartos ou fazer um lanche, ir pros quartos, voltar e acertar a conta no balcão, somando o doce, sanduíche qualquer alimento consumido com o aluguel do quarto por minuto. A proprietária parecia amiga de outros ambientes, a gente ficava bem a vontade sem cobranças. Meu amigo foi pro quarto com minha amiga, fiquei esperando na lanchonete, eles estavam experimentando se gostavam do sexo entre eles, só o sexo, nada de papo, relacionamento ou equivalente. Eles voltaram e meu amigo foi pagar, a proprietaria ou balconista perguntou quanto tempo haviam passado transando, minha amiga disse sorrindo "acho que 10 minutos". Súbito me veio preocupação no pensamento "e se eu gastar menos de 1 minuto". Fiquei preocupado com uma possível comparação. Saí, me lembrei que havia esquecido de pagar a conta da lanchonete e também fiquei na dúvida se precisava pagar pelo quarto que reservei alguma taxa compensatória. Voltei pra lanchonete, a balconista disse que a proprietaria disse "ca dê o nelsinho? A menina ta esperando no quarto a vez dele.." e a balconista completou "mas ela disse isso bem humorada, sorrindo..Voce só tem que pagar o que comeu aqui.."
..(duas coisas mais que me lembro no mesmo sonho)
Tava entrando num onibus com pinta de ônibus estrangeiro quando um cara falou em portugues pro motorista "eu ouvi que ela avisou que ia descer aqui, outras pessoas devem ter ouvido também". Olhei que uma moça descia utilizando a porta dos fundos..
..Fiquei observando não sei onde um cara com um cachorro no ombro e ele chamava outros cachorros pra fazer carinho no cachorro dele. O cara era realmente habilidoso com os cachorros, eles pulavam e conseguiam dar lambidas nos focinhos dos 2, o dono e seu animal de estimação..
(a parte do sonho com o cachorro deve ter sido por causa dum filme que assisti quase todo, enquanto esperava a hora de ir celebrar o Natal com meus tios e primos. O filme uma chanchada idiota, sobre um carteiro que vivia às turras com a cachorrada no seu itinerário de entrega de correspondencia, até o dia que acabou se amarrando num cachorro do FBI, consequencia do interesse do filho da gata pelo animal. O carteiro tava interessado na gata mãe do menino e daí foi um pulo pra chegar no cachorro. Quem fez o papel do carteiro foi o canastrão e irmão chato da Patricia Arquette. Quem fez o papel do menino foi aquele ator mirim legal do seriado Two and a Half Men, no filme apareceu mais half ainda).

Saturday, December 24, 2005

FATIA DOURADA

Natal pra mim é mais lembrança do que data ou celebração. É um tipo de comida, um particular amigo oculto, um encontro improvável em plena rua da cidade à pé, até mesmo correndo.
É mais nostalgia. Me reconcilio com a religiosidade do momento, levado por amigas da fé, Rose e Raquel, Meg e Telinha, Fal e Magaly e outras e outros do mesmo quilate de grandeza espiritual, como a menina do caixa do mercado Horti-fruti que me sorriu sincera.

Friday, December 23, 2005

FICÇÃO

Uma história de paixões rasgadas e personagens contraditórios que silenciam em momentos de interrogar parceiros que se fazem ausentes e levam pra cama dúvidas depressivas.
Romeu, idade de orkut, passado sinistro, bebe pra caramba, mistura um bocado de medicamento junto e tem aparencia saudável. Se apaixonou por Julieta dos espíritos demoníacos. Ela bem conservada nas curvas do corpo, nos cabelos aparados, no quase batom e rouge nas maçãs, que nem precisa, sangue pulsando nas veias da face, sempre atlética e jovial.
Tadeu, o primo de Romeu, vivendo em dobro, entre 2 cidades, 2 famílias, 2 academias, numa eterna confraternização com pessoas que não conhece direito, já se vão 3 anos.
Taís, a Juíza, amiga de primeiro grau de Julieta, não fôssem os contrastes físicos acentuados seria fácil deduzir são irmãs de sangue. Taís também é bonita, extremamente vaidosa, mais preocupada com a silhueta do que a Justiça.
André, filho de Romeu de outro relacionamento não se ocupa de hora vaga, toda hora é hora de surf ou jiu-jitsu. Gente boa, carismático, flerta com muitas mas é fiel à Isabel, amor que nasceu do amor comum ao cão de raça. Cada um tem o seu, raças diferentes que vivem em harmonia na liderança de André, o pacificador. Isabel é recepcionista de escritório de advocacia e ama seu pastor alemão. O do André é pit bull.
Julieta tem filha pequena, do atual relacionamento com Fernando que compra e vende de tudo. As vezes corretor, as vezes correto, nunca deu bola pra viadagem da ética assim proclama.
Maitê, a filha de Julieta, é uma criança encantadora, tem a beleza e expressão sapecas da mãe, embora nos traços fisionômicos tenha puxado ao pai. Julieta e Fernando são casados de papel passado.

Uma história onde o drama corre solto. Não faltam crimes e perícias no intervalo duma festa e outra.

Wednesday, December 21, 2005

2 OU 3 NOTICIAS DE RELATIVA IMPORTANCIA OU ATUALIDADE

Cientistas analisaram o retrato pintura de Mona Lisa, mulher famosa pelo instante momento das emoções confusas. Esperançosos de decifrar o sorriso ou o quê por tras da expressão. Foi utilisado um software que pretende identificar e medir sentimentos do ânimo da pessoa, examinando caracteristicas como a curvatura dos lábios e rugas cerca dos olhos. Os achados: 83% happy, 9% disgusted, 6% fearful, 2% angry, assim publicou o semanário ingles New Scientist. Ainda assim os cientistas provavelmente nunca saberão o que fez ela se sentir daquela maneira.
Quem seria Mona Lisa? A mãe de Da Vinci, um auto-retrato ou uma prostituta de Florença?

Da autoria de Hunter S. Thompson, que morreu em 2005:
"Now, what? While the new wave flowered, Lenny Bruce was hounded to death by the cops. For 'obscenity'. Thirty thousand people are serving time in the jails of the vast democracy on marijuana charges, ande the world we have to live in is controlled by a stupid thug from Texas." La vai tempo que ele escreveu isso, mas o texto abaixo foi do ano passado:
"Houston is a cruel, crazy town on a filthy river in East Texas with no zonning laws and a culture of sex, money and violence. It's a shabby, sprawling metropolis ruled by brazen women, crooked cops and super-rich pansexual cowboys who live by the code of the West - which can mean just about anything you need it to mean, in a pinch."

Na Alemanha, ou foi Holanda?, foi eleito e premiado o melhor blog do mundo segundo o BOB (Best of Blogs), trata-se da blogonovela Más respeto, que soy tu madre (http://mujergorda.bitacoras.com/2), da autoria do argentino Hernán Casciar, conta a vida da família Bertotti, um remake dos Simpson em versão argentina.
Me contentava em ser escolhido o melhor mais ou menos.

Final do ano numa aula de dança, quem viu pode crer, uma cabrocha alagoana de pele alva, olhos bem claros, 39 anos, mostrou samba no pé no passo miudinho. Ela só precisa relaxar mais o quadril pra ser madrinha de bateria.

Sunday, December 18, 2005

PRA QUE VINICIUS PRA DIZER O QUE É VIVER

Ontem assisti o documentário sobre a vida do Vinicius, sua música seus amores sua arte sua humanidade sua maneira jeito de criar atração atraente amorosa amiga afetiva que se recorda com água nos olhos. E chorando depois com ele, orfão dos queridos que se foram.

Hoje corri cedo levantei na madruga pra não parecer encharcado da noite e lembranças, pra recuperar a aparencia, disfarçar o Vinicius paraguaio da face, não vou explicar.
E corri a corrida da Stela, a Teinha, nobre diligente, operosa e incansável patronesse (reverberando adjetivos da época dos advogados) do evento.
Duas coisas bem chegadas pra quem chegou bem. A vitoria da Manuca segunda na faixa etária e a visita da Duda, lindinha pra dizer que ta nadando 3 vezes na semana e ta resolvendo decidir treinos em 3 dias pra investir nas plantas dos pés apta pra fazer bonito na meia-maratona do Rio/2006.

Wednesday, December 14, 2005

PENELOPE CRUISES?

Talvez pela breve associação, com o Tom, não Jobim quem dera, o outro Impossible Mission, Penelope Cruz parecesse apenas top da passarela Almodovar. Nada somente isso, a menina trabalha muito, veja o filme Non ti Muovere, Don't Move, do Sergio Castellito, também grande ator, onde Penelope atriz triunfa na personagem Italia.
"...With her badly-applied mascara, trailer-synthetic tops, with her stiff, bandy-legged high-heel waddle and her rag doll floppiness when passion threatens, she is an entirely believable denizen of the urban and social borderlands."
Italia é uma mulher desamparada que se envolve com médico da melhor crosta social, Timoteo. O doutor vive na crosta da onda, apartamento bacana, casa de praia e esposa gostosa.
Timoteo/Castellito apresenta comportamento cruel e predatório travestido de passional e generoso.
Italia sacrifica dignidade, corpo e futuro em troca de mimos ideiais do amante, sacramentando o amor condenado.
Já o filme Noel não merece ser assistido. Mesmo contando com os atores Penelope Cruz, Susan Sarandon e Robin Willians. Estréia desastrosa na direção de Chaz Palminteri na sua pretensão de reviver o espírito natalino dos filmes de Frank Capra. Palminteri fez um saco de cães e gatos, todos saíram arranhados. Com excessão dos nomes, as duas estrelas nada acrescentaram ao filme.

Monday, December 12, 2005

SHI MIAN MAI FU

Até onde vai minha fluência linguística, penso em chinês ou mandarim, falo portugues e escrevo legendas em ingles.
O título tem a ver com House of Flying Daggers, direção de Yimou Zhang, vi no telecine action, por aqui recebeu o título O Clã das Adagas Voadoras. Bobeira minha, era pra ter assistido antes nem que fosse dvd, o filme é excelente.
A cinematografia de Xiaoding Zhao evoca em muitas cenas gravuras de Hiroshige e Hosukai, elegante retrato de assombrada beleza.
Do filme pode-se dizer uma festa de bons sensos, uma satisfatória experiencia cinemática.
A história do filme: as do all good stories of this genre, revolves around a delicate interplay of love, betrayal, deception and heroism of many different kinds, and, oh yes, those stunning ballets of combat layered with evocative sounds and effects.

E por falar em festa da china, a confraternização da turma de RPM na academia no sábado 10, foi embriagante pra lá de bagdá (que mapa é esse?). Não foi festa de Babette, porém não faltou fartura de satisfação. Abraços e beijos, risadas, bebidas e comidas, danças e investidas românticas deram o tom do todo.

Friday, December 09, 2005

QUANDO VOCE TA NA AULA, CONDUTA IMPRÓPRIA

Gritos, Bergman ausente na aula de bike e eu grito e eu chamo. Se alguém sussurra não é ouvido o lamento, vamos abrir a vontade, a disposição na base da cegueira. Que os sons se bastem a todo volume.
E aí a Clô, que adoro, no final me diz:
- Voce hoje tava alegrinho!....
Quem é a Clô: lindinha, branquinha, os olhos clarinhos. A romântica persona de Liv Ullman.

Duns tempos pra ca, incentivados pelo professor, alguns alunos gritam ÊPAAA!!!, quando outros alunos chegam atrasados ou abandonam a aula antes do término.
Dois dias atras, um quarentão com pinta de eterno seminarista, se dizendo médico alertou:
- Êpa faz mal a saúde dos outros. Não gritem isso.
A dúvida: A diferença do êpa pro tabaco, é entre o ativo e o passivo?
Tanto o fumante ativo como passivo sofrem consequencias insalubres. Quem grita ÊPAAA está imune ao contrário de quem só ouve. É isso?

Monday, December 05, 2005

NÃO SOMOS TODOS POETAS DA SOCIEDADE? UNS MAIS VIVOS QUE MORTOS

Um tem o sinal, outro a luz, sociedade secreta de parceiros na internet a cabo, fazem na base do estelionato o popular roubo de kbs do meu contrato firmado onde a tv e a assinatura não valem nada. No sábado passado a solução não veio, continuei a ver carroças de lentidão, da conexão, navegação chegando no download ridículo da taxa de transferência pífia.
No sábado retrasado passei frio de manhã nos ossos da face e nervos da mente, numa sala refrigerada pra me atingir, assim como estou sendo sabotado na banda larga a preços de primeiro mundo e passos com calosidades de terceiro mundo. Assim como não arredei os fundilhos da cadeira na sala do cinema, ainda suporto o desserviço dos inescrupulosos e gananciosos da BIGTV. Vá me entender, eu não.
Antes de falar do filme uma breve observação, diante da auto flagelação no sábado de manhã ártico, pra quem não nasceu pra gostar do ar gelado direto na cabeça: Devem existir estudos em ratos assistindo imagens projetadas sob intenso bombardeio de ar frio concentrado - não tenho conhecimento muito menos do resultado da avaliação psicológica dessa espécie, provavelmente perturbador comprometendo a capacidade crítica do espectador.
The Secret Life of Dentists, Campbell Scott, Hope Davis, Denis Leary dirigidos por Alan Rudolph, roteiro de Craig Lucas.
Não sei se foi isso que vi: "this funny and surprisingly poignant look at how marriage can be a true test of faith in a complacent lifestyle of empty fulfillment."
Obturação e o ruído específico enervante, pós seringa da anestesia constituir arma pra render a vítima, deixa-la à mercê dos desígnios sádicos do dentista, catarse dos problemas emocionais, oriundos do casamento, ciúme ou torcer pelo Botafogo. E o ruído da broca por que é o mesmo em pleno século 21?
Dentista com sonhos e sortidas suspeitas.
"Dave's (Scott) diva's sensibility is further echoed by Dana's (Hope) performing in a local opera company, which he inflates into a subplot of infidelity and fantasies of vengeance like something out of Preston Sturge's 'Unfaithfully Yours'."
No filme fidelidade é menos problema que a solidão.
Com a cabeça quente podia ser diferente. Cabeça gelada achei o filme irritante, então a cartoonesca presença do personagem de Denis Leary, nem me diga, quero esquecer.

Friday, December 02, 2005

QUEM NÃO VÊ LUA, VÊ ANIMAÇÃO

A festa de encerramento do Circuito da Lua com premiações e homenagens aconteceu anteontem numa boate que era pra ser assim e não é bem assim. A Midô, situada num ponto nobre maceioense mas desinteressada nas aparências, descuidada nos detalhes básicos de casa dançante, que nem pessoa confusa dos próprios objetivos, a busca de quais belezas pra ser bem sucedida.
O nobre pobre lugarzinho não invalidou a satisfação da galerinha (viu tia Aline?) cliente da ocasião: corredores de baixa renda. No final todos ficaram festivos no caráter promocional de integrar a elite patrocinadora à classe participante sem fundos de campanha.
Não me entendam mal, a organização do evento foi generosa. A moçada comeu e bebeu de graça pra dançar alegre a noite toda. Coxinhas quentes com guaraná, água ou skol. Agora, uns e outros deixaram uma grana nos cofres do estabelecimento porque a partir de certo momento cada um foi senhor da sede atávica nordestina e bancou o proprio consumo, long neck a 3 reais e uísque 9 reais a dose. Daí a demanda pela qualidade intrínsica à finalidade do serviço e às condições da casa: design, móveis e utensílios, limpeza, manutenção e acabamento nos banheiros e bar.
Durante a fase da boca livre, antes da dança, rolaram discursos, troféus, presentes legais, brindes, agrados, abraços, bobagens de toda sorte. Alguns se deram bem na coisa melhor, outros restaram ouvir xaropada de quem foi pra falar não pra dançar.