Saturday, July 29, 2006

O QUE VEM A SER LIBERDADE VIGIADA?

Quem pensou nisso tava longe da política e administração da Justiça.
Tudo gira nos relacionamentos, desde familiares até os casamentos convencionais, namoros e noivados eivados de paixão com a suspeita atrás da orelha.
E outros relacionamentos? Da amizade corriqueira à convivencia dos que trabalham, juntos ou próximos do mesmo ambiente?
O pensamento correto ta voltado pra realpolitik da mídia e sua audiência cativa?
Ou a idéia pode ser mais simples quando se leva em conta crianças e adolescentes? O que fica apropriado recomendar: Estar de olho no que fazem da vida...sempre a expectativa, desconfiança que dê merda a qualquer momento.

Friday, July 28, 2006

ADRIANA

Menina de academia, rosto bonito, magrinha de corpo, estrela tatuada nas costas na altura do ombro, cansou de ser classe média boa, bem servida, bons antecedentes, base financeira sólida pra não ficar à deriva, resolveu tirar dinheiro da bolsa da mulher política asquerosa, companheira de malhação, não por protesto da feiura que manda e desmanda, apenas pra ser pega em flagrante, algemada e mostrar pra polícia que a vida é uma droga pra viver disso e o barato sai mais alto sustentado por um furto mal ajuizado.

NÃO DÁ PRA ACOBERTAR O PASSADO

Tô olhando pra um lençol ( cobre a cama pra disfarçar a camada subjacente) que dá sinais de desgaste. Do bordado com flores, folhas, os fios descapados, lavados, esfregados juntos do tecido, sem forças antes de dançarem na máquina de lavar.
Os fios começam a desfazer o desenho, querem ir embora, sinal dos tempos.

Wednesday, July 26, 2006

A SOLIDÃO É ABSOLUTA, TUDO MAIS É ILUSÃO, É COISA DE BERGMAN?

Parece que sim de Cenas de um Casamento e depois de 30 anos Saranband veio pra gente em dvd. "Batizado originalmente de 'Anna', Saraband foi produzido como um telefilme para a tv sueca, mas em dezembro de 2003 entrou em cartaz na Escandinavia". Nos extras do dvd além de contar sobre a origem do filme Bergman disse "O cinema tem de ter algum conteúdo. Sempre."
"A trama acompanha o que se passou nas vidas do professor Johan (Erland Josephson) e da advogada Marianne (Liv Ullman) nos 30 anos que se seguiram a seu divorcio. Acrescenta-se ao ameno retrospecto que brota do reencontro dos dois uma carga de ódio vinda da relação entre o músico Henrik (Börje Ahlstedt), o filho de Johan, e a neta deste, Karin (Julia Dufvenius)."
Bergman voltou a refletir sobre a morte depois que sua esposa faleceu em 95. O filme foi uma forma de lidar com essa perda.

Saturday, July 22, 2006

MIDNIGHT MOVIES: FROM THE MARGIN TO THE MAINSTREAM

Saudades das sessões de meia-noite nos cinemas de fim de semana. Os 'filmes da meia-noite' exibidos no eixo cultural Rio/SP raramente contemplavam obras despudoramente alternativas, quase sempre o foco de interesse era chamada pré-estréia pros mais ansiosos darem conta dos sucessos 'lá fora'. Quando muito, se rolava algo polemico ou transgressor nas telas, as sessões de meia-noite serviam de termômetro pra viabilizar ou não o lançamento comercial.
O documentario referido no titulo se concentra na realidade norte-americana. Os 'midnight movies' que procuravam brecha pra se acharem no seu publico carente, de provocações e resoluções de perdidos e achados de imaginaçoes inquietas, insatisfeitas do pensamento comum.
Na realidade norte-americana espaço e tempo tornaram possíveis cult filmes se criarem, possibilitando diretores da 'margem' se tornarem visíveis pelo publico da 'corrente principal do cinema'. Exemplos significantes: David Lynch de Eraserhead, George Romero de Night of the Living Dead e John Waters de Pink Flamingos.
E um cult exemplar que não vi e fico na vontade, dizer também um diretor de primeira: Alejandro Jodorowsky de El Topo.

Thursday, July 20, 2006

LOUVAÇÃO, LOUVAÇÃO

O Pastor Roberto andou por terrenos dificeis de pisar de tão ferventes, até que veio a primeira revelação, melhor esfriar os pés na piscina, dos pés pra cabeça a ideia pra lhe salvar o bolso, ensinar, mostrar o caminho pros fieis andarem sobre as águas cloradas. E quando não desse pé aprendessem a nadar com ele, O Visionario (Olhando pra piscina perguntava a Deus: - O que esse pessoal ta fazendo nessa água gelada?)
Quando algum gafanhoto mergulhava de bunda, muitos respingos lhe tiravam o torpor, ele intuiu a máxima: Vou correr esse bundão pra fora da piscina!
Em seguida colocou outra alma que comungava dos mesmos interesses pra oferecer outra face pros respingos. E foi cuidar de seus interesses: enriquecimento e fama.
Os fundamentos de sua Igreja estavam diante dos olhos: A Humanidade deve nadar, correr. Pedalar em último caso, se a urgencia espiritual for vestir grifes arrojadas que nem o Fabrizio - O Triatleta da Moda.
Os planos do Pastor Roberto eram ambiciosos. Primeiro passo montar um rebanho generoso, 40 reais mensais por cabeça, e disputar prova internacional na Cidade do Pan, pra agradecer a Cristo, O Maravilhoso, a benção dos olhos respingados que lhe abriram a visão dos lucros em ajudar o próximo. Todos os seguidores desse culto ao esporte vestiam a camiseta do seu lider, antes de embarcar nessa viagem de auto-ajuda, dele. Oravam e oravam pelo sucesso do grupo, suportando em silencio o martirio dos joelhos, nada a ver com a posição da reza e sim o excesso de treinos.
Na cabeça do Pastor Roberto idéias ferviam pra novos projetos alçarem vôos - nem ele sabia que propósito estava por tras da invenção, apenas queria esquecer o passado quando os pés ferviam nas areias quentes das praias, vendendo salgado indigesto e pesado numa bolsa a tiracolo.

Saturday, July 15, 2006

TEM DIA QUE VEM PRA FICAR

Espero que prolongue a estadia. O tempo pra mim merece sol e calor morno e o dia de hoje ta assim como pedisse mais.
Visitei o apartamento do casal Henrique e Carla, bem localizado no seio da Ponta Verde, ou o seio é mais em baixo?, não to falando de seio caído, e sim do endereço nobre onde o bico do seio ta apontado, bairro da Ponta Verde ou Pajuçara?, a precisão não tem serventia justo que interessa é a vista da varanda justa pro casal namorar. O que fui fazer ali? Entregar mimo pra Carla.
Indago ao porteiro:
- O apartamento do Henrique e Carla. ( o ponto de interrogação preferiu ficar de fora: É dado a imiscuir-se na vida alheia)
- 501.
- Tem alguem que possa receber isso aqui? A Carla? A funcionaria? O Henrique?
- Funcionaria não tem. A Carla não ta em casa, saiu parece, o Henrique deve tá.
(Interfonou:
- É o Nelson pra entregar encomenda.
(o outro lado, o Henrique tentava discernir na memoria qual carteiro poderia ser, o Nelson daquela hora)
Assistindo a interrogação no ar da cara do porteiro, completei:
- Nelson da Formafit.
O porteiro passou adiante e disse:
- Pode subir, é o 501.
A missão estava cumprida. Apesar do susto de ver a encomenda azedar: pedaço de torta verde, verde limão, pra não voltar às duvidas de ponta quanto a localização do seio. A sobremesa tava fora da geladeira enquanto entretia papo sem calorias na varanda pra ver se o Pastor Roberto, O Catequizador de Almas Indolentes levava crente pra mais uma graça na orla. (assunto pra outro post)
E amanhã serei acordado por uma porrada de bem-te-vis cantando, o que necessariamente quer dizer vai dar praia, não importa previsão contrária.

Friday, July 14, 2006

GABRIEL, O FILHO

Não foi só pela rima, poesia ou cara de anjo, ele nasceu pra ser Gabriel filho de João e Raquel. O que ele pensa, o outro pensador ta por fora. Ele mama, de fonte bem informada, ele é crítico afinal, a carga genética provoca.
Ele digere incertezas e arrota sutilezas de bom carater.
Ele pensa, precisa dum espaço pra por os pensamentos em posts, algo com o nome de cobrandoalingua, o quanto antes.

Tuesday, July 11, 2006

A CABEÇADA NO PEITO

O conflito existencial dum jogador de futebol pode oferecer interpretações: a origem argelina do craque frances de carreira européia pode trazer duma hora pra outra rompantes passionais. E se assim não for ta tudo estudado pra deixar bem claro que esporte de massa é um show que merece cenas chocantes e dramáticas. Foi inesperado? Foi contraditorio? Não se levarmos em conta o cinema europeu, precisamente o frances, mesmo contrariando muitos, defende a principio a passionalidade do homem.
No telecine cult o filme de Truffaut "La peau douce" de 64, veio "Um só pecado" diferente do titulo pro mercado norte-americano "The soft skin". Os atores principais: Jean Desailly, Françoise Dorléac, Nelly Benedetti.
Falando bem do filme, Almar Haflidason disse:
"In his chosen field, Pierre (Desailly) is a highly sought after expert on a busy lecture tour, but his flirtations with adultery expose a clumsiness that lhas both comedic and dramatic consequences in this witty film.
A tale of truly modern love. It takes place in planes and elevators and has all the harrassments of modern life.
Between making this film and the preceding 'Jules et Jim', Truffaut was preparing his book on Hitch, as his admiration of directors shines through in a number of tense scenes that arise as the resultof Pierre's comical burblings. Less amusing though is the crime of passion that proves to Pierre, at least briefly, that adultery will ruin a good suit and shouldn't be attempted by people of an overtly sensible nature."
Premissa menor: nos contentamos com a plasticidade da cabeçada do touro indomável na versão realista do mundo visto da copa.

Sunday, July 09, 2006

NA POLTRONA DO CINEMA

Foi tão bom assistir o documentario da Gail Singer "Watching movies" sobre as preferencias de assistir filmes no cinema, opiniões sobre assistir numa sala cheia de companhias e prevalecer um, dois ou tres cumplices que tornam o momento mais prazeroso. As preferencias pelo melhor assento perto ou longe da tela, a melhor hora de chegar pra assistir, curtir ou não observar 'quem veio junto naquela sessão', a platéia, esbarrar os olhos em amigos ou simples conhecidos fortuitos. Comidinhas e bebidinhas se vêm ao caso pros que vêem e circunstantes. E o principal o afeto, as emoções que despertam e provocam ao assistir filmes no cinema na companhia de pessoas queridas. Não a toa, Seinfeld divertiu explorando essas experiencias coletivas que trazem recordações bem acompanhadas. E as não menos relevantes recordações solitarias pra uns e outros que nunca esqueci.
Jeet Heer, crítica amiga:
"Movie going is rarely a solitary act, nor should it be. Most of us start seeing movies from an early age and when we think back on them we remember not just what we saw on the screen but also the surrounding ambience: what theatre we were at and with whom. Sociability is part of movie going, and contributes to the hold film has over us.
Re-reading the reviews of Pauline Kael recently. I was struck by how often she dwelled on the social aspect of film going, especially the friendship that are kindled in the heat of discussions about movies. Many of Kael's reviews record not only her reactions but also interesting observations made by friends that saw tlhe movie with her. "Being able to talk about movies with someone - to share the giddy high excitement you feel - is enough for a friendship", Kael wrote in a short note looking on her decades as movie reviewer.
..."There is no question that watching a film with an audience that is intent, drawn into it, and has a certain level of understanding enormously enhances the film", Margaret Visser agrees "it's nothing like seeing it on your own."

Friday, July 07, 2006

FAZ TEMPO QUE NÃO COMO SONHO. ANTES NÃO DECEPCIONAVA

Num lugar mal iluminado beijei na boca a Elisa, não a esposa do Prof. Geraldo, outra que não tem nada a ver sonhar beijar engolindo a língua e os beiços dessa Elisa só de nome. Mudando de cena aliso os cabelos morenos de quem está na minha frente, era pra ser a Elisa do momento digo pra mim mesmo no sonho "Por que não passo a mão na bunda melhor que nos cabelos?"...Percebo que há erro de pessoa, na minha frente agora está a impossível Perla Gomes, desbundada, mais na figura de linguagem e menos no estado de espírito.
Sem mostrar interesse o sonho muda de rumo. Estou num vagão restaurante, quem sabe?, sentado degustando cerveja com bolo em bancos corridos e mesas semelhantes ao refeitorio dum monasterio. Das janelas donde estou avisto o mundo de Copacabana a partir dum conceito de casas noturnas e suas tribos hodiernas.

Monday, July 03, 2006

O SOM ERA DE GRILO CAGADO E CUSPIDO

Babaquice dizer não crucificar, caçar bruxas, procurar culpados quando a patética seleção canarinho (coitada da especie que emprestou notoriedade a um bando de sacripantas pelas cores de nascença) deu bico.
Caçar bruxas por que não? Taí Charmed que não me deixa mentir o sentimento, 3 bruxas pra serem caçadas e "shagged-very-well by reputation" se voces entenderam a mensagem de Austin Powers e suportam o feitiço natural das gatas.
Culpados achados? Pra dar e vender entre jogadores e comissão técnica e patrocinadores. Sem deixar de lado os torcedores que descuidaram das mandingas supersticiosas (alguém, alguns, muitos esqueceram de vestir a mesma cueca, calcinha, gritar na sequencia exata os mesmos porras e putasqueuparius).
Crucificar só quem está acima do carater, essas coisas peso, vaidade, ganancia.

Saturday, July 01, 2006

TEM OBRA NA BEIRA E POR DENTRO DO CAMINHO

Voce começa dum ponto pra ganhar milhas na caminhada matinal, se tiver pressa vira corrida. Tudo vai bem até o asfalto se transformar em barro úmido pra modelar o artesanato de Demi Moore em Ghost numa referencia romântica-dramática como classificação por gênero comercial. Voce atravessa a rua.
Desse lado o piso parece intacto, a pedra o piche de praxe e voce lembra com quê tenis entrará em casa, os sulcos das solas de Taiwan encrostados de terra barrenta...
Melhor procurar poça d'água pra pisar e aliviar as solas do barro amassado. Cumprir o trajeto que vai levar para um outro ponto é um passo.