Wednesday, November 29, 2006

ENQUANTO ANNE NÃO LEMBRA OS FILMES QUE VIU POR ÚLTIMO

Não poderia esquecer porque foi recente, aluguei no sabado a noite pra assistir antes da segunda e acabei vendo os dois duma tacada só na segunda antes de devolver já quase oito horas da noite. Um deles o documentario que levou Oscar desse ano, La Marche de L'Empereur, um pinguim emperador marchando já possui charme, Chaplin imortalizou de forma inconsciente não sei - há nobreza, limitações de sobrevivencia e inefavel carater nesses personagens vivamente representados. Imagine ver milhares imperadores cuidando da própria saga milenar de viver, procriar, seguindo rituais de peregrinação no deserto mais gelado e distante na alma antártica que o viajante de Bertolucci sob outro céu protetor jamais pensou sentir. A eficiencia artesanal do documentario foi associar ao produto Disney a formula de humanizar criaturas selvagens do seu meio pra sentirem adoraveis na companhia da sala de estar como a gente imaginasse.
Na sequencia veio Shadowboxer, filme de ação pra plateias não exigentes na mudança de assentos. No elenco Helen Mirren emprestou ao filme alguma dignidade, no resto foi cumplice na sandice de fazer par a cuba gooding jr numa historia de matadores de aluguel bem sucedidos na aparencia dos espaços em que vivem, conforto e high tech de sobra principalmente nas armas azeitadas e confortadas em maletas metalizadas. E na historia quem mata ou deixa de matar quando criança sofreu educação domestica - armas de fogo sempre davam o ar da graça. E se Helen tem cancer e acaba enterrada por cuba a coisa acaba de mal a pior num final previsivel. E na historia cabe a personagem de Macy Gray uma performance kamikaze que será estudada por drag queens anos por vir.
Entre pinguins que amam e se importam com o proximo pinguim e matadores que querem preservar a cria duma vitima encomendada, fica a empatia não por causa do pinguim antropomorfo, mas aquele que perde a hora, chega atrasado ou erra o local do encontro marcado pra reunir ao grupo que marcha na vida.
A última imagem também pode ser outra: "baby penguins like wind up toys in a John Ford snow desert...", "...fucking cute little Pierrots in turtlenecks".

Saturday, November 25, 2006

RETORNO INCONCEBÍVEL, CERTAS DECISÕES SEMPRE FALHAM

Não que esteja resolvido, vou ficar nessa ou naquela. Cada uma com suas idiossincrasias, a academia pequena e a grande que voltei hoje numa visita que está se tornando redundante. Na academia tem calor de sobra, seja porque o espaço é sufoco as meninas reagem e sentem variações climáticas, as idades e opções fisiológicas diferenciando todas umas das outras. Ou o ar condicionado invente clima pra satisfazer calores de toda especie.
Na academia menor não faltam belezas, incertezas e vontade de comungar interesses pro corpo ficar mais bonito. Na academia maior existe espaço pras mais dotadas de curvas e aparencias caírem na piscina num polo-aquático amador pra qualquer fantasia erótica ficar ao gosto do fregues. E nisso La Rubia e Brisinha quase chegaram as vias de fato quando o cloro subiu às cabeças nas águas do confronto. Uma quis subjugar a outra antes pro gosto da vitoria depois assumisse contornos superiores no meio dos físicos envolvidos na contenda do jogo.
À Brisinha restou no primeiro momento recuperar o fôlego cerceado, gritar a desgastados pulmões pra sua adversaria:
- Voce está louca???
Enquanto o olhar de La Rubia possuido pela competição digressionava nas glorias do resultado por antecipação.

Thursday, November 23, 2006

TAVA FALANDO DE ADELIA

Assim como Adelia precisa ser reproduzida por mim, ela que não saiba o por quê da frase ou sentido e atenção, apenas no que sou tentado fazer, pensar ou repensar o que foi dito impresso na entrevista e no texto do reporter entrevistador:
- Já que falamos de globalização, a crise energetica levou grandes potencias a invadir paises, usando como argumento a bandeira da democracia. Não lhe parece falso?
Adelia diz:
- Falso demais. Está faltando exatamente uma coisa que provenha do fundo, dos afetos. Não dá para concordar com terroristas, mas é admirável que ainda existam. Eles representam uma fronteira, uma barreira que diz: "Não passa daqui não, que eu sou um homem-bomba". Está equivocado? Está, mas é admirável, ele é humano. O outro não é. É um mentiroso.
- Sabe que Tariq Ali falou exatamente isso aqui na Flip (acontecimento literario internacional na aprazivel Parati) e foi vaiado?
Adelia diz:
- Ah, ele falou? Dou o maior apoio. Eu descobri a razão cíclica, interna, a verdade da guerra. É um ato político real. O terrorista tem essa atitude real, verdadeira, não esse faz-de-conta dos grandes que se reunem para decidir o destino do mundo. O terrorista é o limite. Talvez seja necessario mesmo esse padecimento universal para que o homem recupere alguns valores. Tem hora que não tem jeito não. Não é aquilo, por exemplo, que eu escutei de um intelectual lá em Cuba, uma coisa que me deixou sufocada de espanto: "Não tem revolução que se sustente sem paredão". Isso é outra coisa. Paredão é voce acabar com o inimigo para ser o próprio. Não é disso que se trata, mas de outra coisa. É de ações originadas da convicção.

Wednesday, November 22, 2006

EPIFANIA DESCARADA DE CARATER

O carnaval fora de época foi assim batizado pra justificar os interesses comerciais por tras dos trios eletricos que de baianos não tem bobos. Tanto forçaram a barra na capital alagoana, no últmo sabado desfilou o maceió light, magro com um único trio barulhento. E num pequeno trecho da orla foi montada operação de guerra pra receber os foliões, maneira de dizer tamanha expectativa que a multidão correndo não, se arrastando na adoração ao chiclete com banana que toca pra faturar o nana banana, pudesse resultar em arrastões invadindo predios residenciais, estabelecimentos do comercio e hotéis de turistas que enfrentam a beleza da paisagem a beira-mar. E do começo ao fim houve participação dos mais jovens consumindo a droga legal - alcool de diferentes graus. E pularam, dançaram, sacudiram excitações das varandas dos edificios, dos térreos que davam pra ver e ao redor do carro monstro com as luzes e sons estrondosos.
E o cantor de lenço na cabeça é celebridade no meio dos petizes pra orgulho dos pais que acreditam que a musica de má qualidade ta passando de gerações como o gosto pela bebedeira.

Friday, November 17, 2006

DUMA QUINTA NO LUGAR DA SEXTA

Essas coisas que acontecem como seguissem determinado designio, se misturam, sucedem e quem não sabe disso, obedecem logica matemática, juridica - coisas pra iniciados ou perdidos em elocubrações.
A quinta 16 foi meu aniversario, na sexta 17 resolvi dar conta duns jornais guardados que aguardavam pra me dar assunto. E virou sopa diferente não por falta de legumes, tempero esperto, mas ausencia de significado na falta de letras. Antes a sopa com ingredientes costumeiros da sexta recebeu outra mão no fogão e virou atração junto com a torta salgada de frango, leve no sal e com presunto, a massa em camadas no minimo pra se revelar lasanha. Em algum lugar tava o queijo e aí outra torta dava o tom que o sal esperava, o rocambole de camarões no ponto da leveza do arroz.
E desses jornais olvidados, o que esperar? Assuntos pra dar caldo, suco ou simplesmente deixar em banho maria? Senão isso, um refogado: As Teofanias de Adelia Prado "Toda arte é uma teofania...", ótima reportagem que tenho dar tempo à sensatez, nada de refeição rápida.
Acrescento matéria boa - Operário da Leitura, sobre os bibliófilos, na pessoa do argentino Alberto Manguel , que na adolescencia foi 'leitor' pro Jorge Luis Borges quando não mais o célebre escritor podia ler. Que também merece atenção pra não passar batido porém longe do sabor especial de Adelia.
E não menos significativo no império das idéias, "Quanto mais fácil", texto do Veríssimo tratou da informatização contribuindo pro reacionarismo da mídia a partir de sua principal arma, o teclado silencioso.
Na barafunda de boas intenções a cozinha balança, fogo é entender o significado fugidio na presença de letras.

Thursday, November 16, 2006

BLINDADO

Ana Paula usou a palavra pra descrever ou situar meu estado de espirito frente a novos possiveis relacionamentos. Ou então a alternativa, o misterio, um relacionamento afastado dos ducumentos legais que ousa atravessar fronteiras e permanecer dissimulado pra fugir do sistema que regula as migrações, isso quando voce se sente estrangeiro no seu lugar de origem onde a raiz foi plantada.
E não tenho como explicar por falta de motivo a segunda agenda, por falta de misterio.

Tuesday, November 14, 2006

53 ANTES DO DIA

Não sei como cheguei aos 53, não contava comigo chegando até aqui por essa ou aquela vicissitude,
"Sem dúvida, é preciso não exagerar a relação entre vida e obra. Dificilmente as vicissitudes daquela influirão essencialmente sobre esta, modificando-a na sua substância" (Lúcia Miguel Pereira, A Vida de Gonçalves Dias, p.199)
falando assim periga
"Concedeu-lhe entrar alta noite, a hora que ninguém o visse, para que a sua honra não perigasse" (Camilo Castelo Branco, D. Luís de Portugal, pp. 11-12)
que o Antonio Candido reverbere
"Ó espelho limpidíssimo, e tersíssimo, que sois o cristal incriado da divina essência: reverberai em minha alma os resplandores de vossa graça" (Pe. Manuel Bernardes, Luz e Calor, p.428)
não gostar "no fundo, de termos difíceis, como os que predominaram no tempo da moda estruturalista. Frequentemente eles são um jeito de dar aparência profunda a coisas simples."

Monday, November 13, 2006

LADO C

Existem produções musicais que a gente diz não sei pra quem, bem que poderia ser assim, cantar e dançar de repente conforme a musica e se não fosse esse o caso, a produção musical da vida seguisse paralelos estranhos, uma vida em tres lados como numa gravação em vinyl noutra dimensão: um lado A aceitável e até certo ponto correspondendo expectativas mediúnicas, um lado B realista com os bons sons e destino impossível e quando tudo ia ficar por aí vem sobra de tudo quanto é lado, o que pode constituir o lado C que ninguém contava.

Thursday, November 09, 2006

UM SCHOLAR CONSTIPADO

A vizinhança já havia percebido que a barriga atrapalhava a vida social e causava disse me disse na imaginação popular a pança num seat belt e toda ginástica pra sair do carro e entrar com ela primeiro - aquele volume excessivo interferindo na frente ou antes do volante como queiram. Nessa largura deu bandeira que o carater do Professor Geraldo voltou à baila. A explicação pra transportar no corpo tamanho embaraço o Pastor de Almas Saradas tinha na ponta da língua quando não estava mastigando: o intestino preso que acabava pesando no resultado final da sua silhueta. Os amigos íntimos, um ou 2 no máximo, desconfiaram que o convite pra um rodizio de comida na aprazivel estancia em Cruz das Almas, sua residencia, não passava dum pedido de socorro. O que fazer? Como botar pra fora o excesso indesejado que pesava na balança? Um ente querido que prefere ficar na moita pra não levar patada deu a dica em mensagens cifradas que seu valete (dele Geraldo) Josivaldo decifrou: É hora do corpo de bombeiros intervir! E houve voz discordante que achava o departamento de água e esgotos daria outro fim. Nessa celeuma de incertezas, os paramédicos dos homens que debelam o fogo chegaram primeiro e deram inicio ao salvamento, introduzir bitola larga da mangueira no orificio do Mestre que eliminava regras. Daí pra desentupir a sabedoria do douto era meio caminho andado.

Wednesday, November 08, 2006

A ESCOLHA DE ANNE

Anne escolheu 2 filmes pra assistir no fim de semana fraco de tv a cabo, sobre um simpatizou com o título A Negociadora, aquela coisa de se identificar com o gênero action thriller puxando a brasa e a sardinha pro lado dela bem feminino. Sobre o segundo filme de ação foi chover no molhado sabia que o gato levava a lebre pro mesmo caminho de fortes emoções, Missão Impossível III na sua opinião barrava as antecessoras missões apesar da presença do tom cruise em todas elas. Restava focar na cara metade mulher loura que deixava transparente a incompetencia da agencia federal norte-americana no combate ao crime mais rastaqüera. Mas nas palavras de quem produziu o filme havia um enredo a ser lançado: "An FBI agent (Elizabeth Rohm) must negotiate with a woman holding a hospital hostage in order to get her hands on an experimental drug". E nas palavras de Anne o FBI sem pé nem cabeça foi mostrado: "A agente loura nada criança não negociava legal a vida doméstica tanto que a filha adolescente se sentia alijada do amor materno, vivendo separada do pai por culpa da separação da mãe, A Negociadora do FBI. Como se não bastasse tanta aleivosia no trato dos sentimentos, a agente disputava o cargo com outro incompetente colega que queria negociar na frente dela a qualquer preço. Daí uma causa feminista sobrepujava a negociação, sem falar na filha rebelde que nutria amizade por amiga terminal que dependia de droga que desse reviravolta na saúde e o namorado da mãe agente que negociava não ocupar o lugar do pai e ao mesmo tempo dedicar prazer a uma loura experiente em alguma coisa que ainda dava um caldo. E aí como se não bastasse outra vez, a agente chorava pelos quatro cantos como dá cá aquela palha e acabou divertindo no final das contas."

Thursday, November 02, 2006

O QUE LEVA UMA PESSOA EM SÃ CONSCIENCIA TROCAR DE ACADEMIA COMO SE FOSSE NECESSÁRIO(A)? (a concordancia acompanha a dúvida)

Meu interesse é viver ao alcance das motivações de conviver entre interessados pra dividir o mesmo espaço e pensar em pesos, do corpo ao relativo beneficio à existencia. Daí mudar de academia é um grande passo. Envolve consideração e negociação. E como diria uma aficionada o astral não é o mesmo na outra.
Não sei se em atualizações ou apenas uma, o novo ambiente com bikes em bem melhor estado releve na comparação.

atualizando

É uma academia de bairro exatamente como a outra, talvez por ingerencias de espaço, multiplicidade de distrações e aparencias que causem efeito no bolso ou na libido, a hipocrisia fica mais junta e repercute nos extremos.
As instalações são franciscanas. Será que vem ao caso falar assim dum mosteiro onde se malha ferro frio? Ou apenas pra dizer a simplicidade fala mais alto, na objetividade de fazer alguma coisa pelos músculos?

Wednesday, November 01, 2006

DO JEITO QUE O DIABO VESTE

The Devil wears Prada chegou ao cinema (no singular) de Maceió no ultimo fim de semana e fui assistir na companhia da fileira de tras nada menos que a ex-cunhada do atual senador Collor, com a filha e amiga dividindo a mesma maquiagem um tanto fora de sintonia com o bom senso ou me engano, elas carregavam a imagem de peruas a sério.
O filme não é nitroglicerina pura, mas entrenimento bom. Não vou falar de ficha tecnica, correções e comparações entre o livro confessional e a condescendencia esperta do filme com vilões, vitimas e valetes, no que se confundem no mundo glamourizado da moda se isso faz sentido.
A razão de ser da historia merece destaque, a atriz Meryl Streep:
"She never raised her voice above normal speaking level. Streep has said she based this mannerism on Clint Eastwood, who as Dirty Harry talks very quietly but still intimidates."

Atualizando

A singular sala de cinema de Maceió continua a mesma: suja e com um sistema de refrigeração desigual, intrusivo e abusivo em certos pontos de vista.

Pra dizer que atualizaçoes não saem de moda

E que a moda é cara ao filme, continuo sem falar nos acessórios caros, os atores coadjuvantes Emily Blunt ( lembram do amor com verão?) e Stanley Tucci paus pra toda obra talentosa.