Monday, January 31, 2005

SÍNDROME DE BARTLEBY

O Vila-Matas, Enrique, livro resenhado pela Veja, Paginas em branco, título da matéria não do livro bartleby e companhia. A moléstia literária vem de Bartleby, o Escrivão, novela do americano Herman Melville.

Casos de estranha inatividade, são comuns a nós todos.Quando nos achamos em companhia ilustre, aí parecemos especiais. Duma nobreza silenciosa.

De emails mudos, sem texto, sem voz, tenho convivência explícita.
Agora, me sinto não sei por que virus, tentado ao mesmo vazio.
São surtos, blog ausente de posts.
Estarei caminhando pra isso?

Sunday, January 30, 2005

MULHERES PERSEGUIDAS POR PESQUISAS

Não sei se essas pesquisas ajudam à humanidade viver melhor. Elas vivem pipocando a torto e direito.

"Mulheres têm baixa auto-estima. Estudo abrangendo 3200 mulheres de 10 países, incluindo o Brasil revela;
2 de 100, se consideram bonitas.

Outras 12 mil e cacetada, mulheres na faixa entre 70 e 80 anos de idade, foram submetidas durante 4 anos ao teste de consumir um copo de bebida alcóolica por dia (não me perguntem o grau, nem o teor do copo).
Resultaram 20% de senhoras mais espertas."


MUNGUZÁ QUENTE DOCE

Antepasto, café da manhã ou bota fora do Pinto. Nada de segundo sentido fácil. Apenas a fonte de energia do melhor bloco de carnaval de Maceió, herdeiro do Galo madrugador de Olinda.

"Iguaria feita de grãos de milho (geralmente branco) cozidos em caldo açucarado, algumas vezes com leite de coco ou de gado, a que se junta polvilho com canela."
Eis a receita pra dar forças ao folião do frevo rasgado.
Quem consome e não dança, dança & engorda, tudo bem, vale o prazer, o sentimento do munguzá frevendo no peito.

O frevo me emociona, atávico, sem a boiolice abaixo
"Quanto mais homens conheceres, mais diferentes almas sentirás em ti. Folias com os alegres; sonhas como os poetas; os aristocratas, criados entre artíficios, amam em ti, pelo atavismo de seus apetites grosseiros, teus instintos rudes, e tu amas neles suas fidalgas maneiras"
(Antero de Figueiredo, Cômicos)

Thursday, January 27, 2005

ORKUT

Ela apareceu, out of the blues.
Ou melhor, ressurgiu, amiga da Cândido Mendes/Ipanema, onde nos formamos em Direito. Vale dizer, em semestres diferentes.
Memórias são cutucadas. Décadas de assuntos mexidos, revividos. Graças a Cláudia Abrahão, seu empenho no orkut nos reencontrou.

Cláudia, a pioneira, continua moradora da Barra. Cheia de saúde, bonita, um doce.

Tuesday, January 25, 2005

HEAD-ON

"...hopeful film...their troubles filed under immigration and assimilation. Their tribulations are at once specific and universal, by turns grimly funny and darkly ironic. Set principally against the grubby environs of working-class Hamburg, in dives and derelict apartments, the film has a terrific sense of place. The city's grubbiness works a vivid contrast to the visions of Turkey that flicker throughout the film. Istanbul looks beautiful, but then so, too....wreck of an apartment, where anarchy and the freedom it promises linger as stubbornly as the smell of stale beer and cigarettes."

Monday, January 24, 2005

KILL BILL

Vintage Tarantino, clássico. Perfeito, curtido, de apaixonado para apaixonados.

Um filme feminino, não feminista, muito menos machista, na representação de sexos acuados, resolvendo diferenças, pra não cair na disputa da desigualdade de valor, saber quem está por cima quem está por baixo.

Filme feminino, pela nobreza, grandeza, beleza, dos recursos, alcance, complexidade, sensibilidade. Corpo, mãos, pés, olhos, cabelos, expressões da mulher mostradas com dignidade.

Sobretudo, as amplas referências, psicológicas e físicas, da natureza feminina selvagem, criativa, controladora das espécies que somos parte.

Friday, January 21, 2005

LÓGICA PERVERSA

A cientista política Lucia Hippolito, parceira do Noblat, desabafa indignada, a mais alta arrecadação tributária da história nacional, pesando sobretudo no estrangulamento da classe média assalariada, deixando sempre livres sonegadores históricos. Noblat engrossa o caldo, acrescenta o recorde da taxa de juros e superávit primário acima da receita do fmi, tudo no governo do petista lula.
Faz o próprio Noblat concluir, houve estelionato eleitoral.

Thursday, January 20, 2005

OWNING MAHOWNY

O filme trata dum cara real. Desses que trabalham em banco. Gerente, promovido por lucros prestados, ao banqueiro.
Único hobby, passatempo, diversão, excitação maior, duma vida condenada ao tédio terminal, ainda bem, é o jogo, do personagem central.
Jogar, apostar, correr riscos, viver no limite, iludir o óbvio, o equilíbrio no fio da navalha não embriaga quanto perder tanto.

A IRA DE CAM!

Nem tanto ao mar, nem tanto ao blog. Apenas um post bem urdido. E não diga que a respiração foi um desserviço. Iogue fora d'água não significa o mar impróprio.
Ióga vai, iôga vem, a paz dos travados não chega na onda da vês.
A ira é modo inadequado de expressar, contrário à precisão do relato precioso, o conto de Cam.
A Índia é aqui, 45 minutos de viagem bastaram. Pra espirituosa CAM.
http://malgardee.blogspot.com

Tuesday, January 18, 2005

CELULITE

Praia de Copacabana, adolescencia, alguns amigos, entre nós um da ocasião, maluco beleza inocente do que se passava ao redor. O recém-chegado, cujo talento especial havia brilhado no show do Flavio Cavalcanti na tv. Tocar o hino nacional batucando um lápis na frente dos dentes. Assim mesmo...,
O sol, mate com limão, horas de calor até quase o fim da tarde, perto da gente resistia uma mulher, trinta a quarenta anos, difícil lembrar, chamando atenção pra memória, apenas o tamanho, era grande, e a celulite.
A mulher em algumas culturas seria avantajada, ou com razoável adiposidade ou simplesmente fortinha. Classifcações a parte, a mulher se destacava pela celulite, amplas áreas de cobertura crocante, visíveis com louvor nas coxas e bunda ampliada num minúsculo biquini. Assim mesmo...,
O garotão músico confessou o quanto se sentia atraído por aquela sereia, beijar, abraçar as carnes específicas, da distinta senhora.

Tá vendo, Fabí? Tem cara que gosta de mulher, além da conta.



Monday, January 17, 2005

CUISINE, ASSEMBLY LINE

O golden globe awards rolou ontem. Difícil não assistir premiação do gênero, do meu ponto remoto.
E me imaginar no controle do evento. Como, se o circuito ficou curto? O assunto sem sentido?
Com acceptance speech preparado, dalgo que fiz, não sei, mas fui escolhido pra não merecer, a honraria. Começo,
Tô nervoso, a voz trêmula não me deixa mentir, tenho poucos segundos pra agradecer..Quero dizer, meu discurso não tem nada a ver com esse momento, guardei não sei pra quê. Não sou nada, que mereça atenção, muito menos pra agradecer...Pera aí tenho tudo escrito pra agradecer a meio mundo, mundo todo, quando cheguei aqui não sei como vivo,
Antes, agora, vale a Fal na mente. Simplicidade pacificadora.

A Food Network, tv a cabo nos states, especializada em comidinhas de chefs, está botando no ar Iron Chef America .
Durante uma hora, dois cozinheiros irão fatiar, cortar e misturar como loucos, contra o relógio, carne de buffalo, preparada em cinco pratos com um ingrediente revelado segundos antes do show. Tres celebridades e especialistas do ramo irão votar no resultado.
O desafio da rede norte-americana, importar o sucesso de Iron Chef, do Japão. Um programa no molde ianque, sem perder o caráter despojado do samurai original.


De assembly line a assembly line, os eua se renderam a linha de montagem dum gênio, os desenhos de Peter Paul Rubens. A primeira grande exposição desses trabalhos em solo americano. Porque demorou tanto? Muito barroco, muito católico, pro gosto protestante? Especulação. Ninguém sabe.
Aquelas figuras jovens, olhos grandes perdidos em pensamentos, bochechas rosadas, belezas etéreas, corpos rechonchudos. Os anjos desceram na America.

Saturday, January 15, 2005

HOMENS SIMPLESMENTE QUEREM..

Mommy, mamãe, mãezinha, mamacita?...

Jornalistas, executivas, empresárias, mulheres de carreira, focadas pelo próprio talento a perseguirem objetivos comuns a todos os sexos envolvidos na disputa do sucesso, as vezes se queixam.
Relacionamentos estáveis e duradouros, entre homens e mulheres do mesmo quilate, empreendedores e independentes, tão cada vez mais difíceis de acontecer, segundo estudos e pesquisas, que não vêem o caso, ou vem não sei donde.
Do ponto de vista feminino culpa dos caras. Metades interessadas nas suas secretárias, assistentes, babás, caterers, comissárias de bordo, pesquisadoras e fact-checkers.
Da avaliação delas, eles pensam: Mulheres que dão suporte, são as novas sereias, cuidam da gente em todos os sentidos, orbitando como lua, sol, estrelas em torno do Deus Homem.

E os homens o que estão querendo diante disso?
Carinho e compreensão das subordinadas, não um longo relacionamento com as supervisoras.

Friday, January 14, 2005

CONSTANZA PASCOLATTO DISSE ...

'As mulheres sempre escutaram, Voce tem que comer, ou vai parecer um palito.'

Na reportagem do Larry Rohter do nytimes, que insisto em citar, o ícone da mulher brasileira, busto delgado, cintura fina e um amplo traseiro, prevaleceu a noção de que a dieta alimentar deva produzir subsídios ao corpo violão.
A cultura reinante no país reforça a tese da fantasia do corpo idolatrado, nem sempre correspondente ao receituário da midia.

Thursday, January 13, 2005

-REALLY???!!!

Resposta de estupefação e incredulidade. Tanto da turista inglesa de meia idade, quanto da mesma faixa etária turística boiola norte-americana. Diante do cenário obeso dos nossos nativos brasilenhos.

Deu no New York Times, a pesquisa do IBGE, mais de 40% da população adulta do Brasil está acima do peso ideal. Ao todo, mais de 10 de milhões de pessoas são obesas.

Como voces sabem, Lula não gostou e disse Quem tem fome, tem vergonha de dizer.. Daí ele discordar da obesidade ululante, nos comes e bebes.
Pro presidente, a fome ainda é problema zero. Pra pesquisa é a fome de açúcar.
O brasileiro tem apego a doces, sabido que consome frutas salpicadas e temperadas com açúcar, como abacaxi, mamão, maracujá, abacate, morango..

Considerando e admitindo o apetite presidencial pra consumir churrasco, cerveja e buchada, mau exemplo pros seus súditos, o que pega no condicionamento obeso nacional, é o desbalanceamento do consumo de gorduras e atividades físicas.

Daí a dizer que a garota de Ipanema tá ficando gorda, antes de provocação é heresia.

Wednesday, January 12, 2005

MÍNIMO DICIONÁRIO AMOROSO

BEIJO - Beijos entre nós, blogueiros carinhosos. Ou então, intenso, gostoso, da Juliana. O jeitão dela, não um paradigma. Assim mesmo, na simplicidade do momento, bateu na fraqueza.
Se memória de beijo serve pralguma coisa, lembra a fragilidade das defesas, daí a consequencia,

Do beijo? Da metáfora?Das defesas do organismo precárias, sujeitas a serem invadidas por moléstias oportunistas, quando limites não são respeitados? ,

Acho que é gripe, virose, distúrbio alérgico, consequências do gênero.
Não é bem a clássica dor de garganta. É a garganta fechada, dolorida.


Tuesday, January 11, 2005

A DOR DA FAL

É a dor de todos nós, que nascemos sensíveis, humanos quebradiços.
Dor da perda, dor da ausência, dor da falta, dor do vazio, dor do corpo, dor da saudade, dor de desaparecer na chance de ficar vivo mais adiante, um pouco.

Adianta chorar o choro derramado, http://www.blogdepapel.com.br .

ELEGIAS AO CONSUMO PASSAGEIRO

As gôndolas no supermercado nos cruzamentos dos corredores culturais, oportunidades de sabores nos vislumbram. Que veneza é essa que nos sucumbe ao apelo do supérfluo, mesmo quando a fome tá saciada?

Nada mais sensato quando Seinfeld pergunta, Por que comprar frutas enlatadas das gôndolas, se poucos metros adiante, voce pode adquirir a frescura das espécies ?

Sunday, January 09, 2005

CENAS DE CASAMENTO & GLORINHA KALIL

Vez por outra, certas coisas esbarram nas outras, sai faísca. Nada demais, não quero criar apressadas conclusões, falsas expectativas entre assuntos correlatos.

Cerimônia na igreja é torcer, que o padre não exagere na dose das abobrinhas. Assim mesmo é chato pra quem não é do ramo ou chegado nuns clichês religiosos.
O formato de show é interessante. O conceito tem tudo pra crescer e virar talk-show. Dispenso a presença dum cover de Kenny G, nada agradável ontem.
Daí passei a torcer pra recepção com buffet de primeira, redentora do pecado de aturar o padre rezar o terço padrão, dos lugares comuns que entusiasmam a esmagadora maioria dos presentes.

O que a Glorinha tem a ver? Alguns conselhos? Tipo, recomendar que o noivo impaciente não seja indelicado ao ponto de cortar o barato do padre:
- Cut that crap! Lets do the rings and PARTY!
Ou pedir, que o padre distraído pelo tédio não cometa a gafe mortal de perguntar:
- Voces entenderam ela dizer sim?

O discurso da Glorinha é outro, voltado pro comportamento social, o bom gosto. Da elegancia de ser extravagante com sobriedade até a simples compostura. Sem perder de vista os códigos, etiqueta pra se vestir e enfrentar diferentes situações do dia a dia, trabalho, eventos, festas.
Provocada ela reage, a etiqueta não é privilégio de classes, castas, bolsos. Etiqueta é sobretudo ética, dignidade, civilidade. Do Oiapoque ao Chuí todo mundo pode e deve ser elegante, do humilde ao poderoso.

Por que meter o bedelho no terreiro da Glorinha?
Durante a noite casamenteira, minha elegancia seria impecável não fossem os uísques, não fiquei embriagado, longe disso, apenas cometi alguns deslizes. Como olhar alegre praqueles peitões, da cunhada da noiva, que me respondiam contentes em saltar do decote.
Ou, reencontrar minha amiga de academia, bonita, esbelta. E o corte do cabelo? Dizendo que tava lindo, fiz um afago na cabeça da menina.

Saturday, January 08, 2005

ROMANCE

Destino bate à porta, audição desgastada pela poluição sonora, deixo passar batido.

Maísa foi mais importante. Num passado recente. Mais passado que recente. Foi um amor exagerado, escandaloso, típica paixão de Copacabana. Apesar dela morar na Urca. Acabou o romance no alto do hotel Othon, na Atlântica, sendo ilógico naquelas cadeiras pra espreguiçar, na piscina do bar.

Ano passado (não em Mariembad), surgiu Kicia, complicada semelhança.
Semelhança na beleza, na personalidade forte, na capacidade de sedução, no potencial duma paixão revivida.
Complicada, tão quanto a outra.

De início promissor, Kicia não deu asas à imaginação e não atendeu meus chamados.

Friday, January 07, 2005

COMENTÁRIO GASTRONÔMICO

Sabe essa coisa hipócrita de elevar o piso social chamando empregada (doméstica) de secretária?
Melhor no tempo da pôrno-chanchada, Como é boa nossa empregada! (a atriz empregada entrava muda e saía calada mas era eloquente nas formas, mulatona farta nas ancas).

Aqui de casa é secretária mesmo, tá devendo no estereótipo.

DEU FORMIGA NO MICRO?

Essa é a pesquisa da Bia, filha da Cora, http://cora.blogspot.com, além do computador outros aparelhos da conveniência do lar serveriam pra ilustrar o problema e buscar a resposta.
Inúmeras dicas e sugestões entre as centenas de leitores do blog da Cora vieram à tona, no intuito de trazer paz aos desafortunados.

Pairando a suspeita, onde há formiga pintou comida antes.
Tira-gostos variados entretem os usuários do micro. Apesar de discordâncias a favor. Questão de tendência.

Nada se compara ao Geraldo (lembram do Geraldo?). Hábitos prussianos, antes do almoço sempre fazia boquinha, a base de doses de uísque e sanduíches de queijo. Sobrava pro micro.
Certo dia, a novíssima impressora, menos de mes, não deu no coro.
Espumando de indignação, Geraldo foi na loja reclamar o prejuízo. Na frente de todos a máquina foi aberta pra fuga do mouse vivo, que também acostumado a abrir o apetite, farelos do pão&queijo, atacava o hardware cheio de fome.

Thursday, January 06, 2005

SANDUÍCHE DA SECRETÁRIA

Título pornô ou delicacy duma chef da cozinha?
Apenas um mimo do lanche da noite.
Ao invés de miniquiches, rolinhos de tomate seco e mousses de casquinha de siri ou terrines, farfalle ao funghi séc, sushis e sashimis.
Ela me serve o sanduíche na receita certa: pão frances na margarina interior, carne branca, vermelha, peixe, dependendo da pedida do almoço e mais ketchup, maionese e muitas rodelas de tomate.

COMENTÁRIO POLÍTICO

As meninas deixaram o vinho respirar debaixo das saias e o mais graduado dignitário da nação bebeu da fonte com gosto. Não há dúvida ou declaração a interpretar.
Lula sentiu o retrogosto com razão.

Para os apreciadores de vinho escolados, avaliando critérios do visual, olfativo até o degustativo, certas expressões são rotineiras: lágrimas finas e numerosas, toques herbáceos ou mesmo balsâmicos e retrogosto frutado.

A clareza do retrogosto ou aroma de boca vem do dicionário da Academia do Vinho:
"Sensação gustativo-olfatória final deixada pelo vinho na boca, após ser deglutido ou cuspido. Ela é percebida através da aspiração do ar pela boca, o que provoca a sua passagem pela nasofaringe (comunicação entre a boca e o nariz).
Alguns estudiosos preferem utilizar a palavra retrogosto para as sensações desagradáveis percebidas ao final da degustação."

Pra meio entendedor qualquer cálice basta.

Wednesday, January 05, 2005

DE POLÍTICO E DE DOIDO CADA UM TEM UM POUCO

Pra não dizer que o blog não tem um pé na seriedade, noutro no Palácio do Planalto, vamos falar que o destino da Nação tá nas mãos dum bom enófilo.

Representantes da Fenavinho, de Bento Gonçalves, as damas de honra burlaram a segurança aguçada do destinatário das honrarias.
As meninas levaram sob os vestidos longos e rodados, duas garrafas abertas de vinho tinto e Lula não se fez de rogado, deu o bico à prova. Deliciado com o nectar resultante da fermentação total ou parcial do mosto da uva, o Presidente foi hegeliano:
- O vinho é intenso, tem um buquê e um bom retrogosto.
Justo na jaça alguém traduziu: Vinho forte, não deixa gosto amargo.

Tuesday, January 04, 2005

INTRODUÇÃO

Foi só uma vez, pro público interessado, leigo da liturgia, pudesse ter idéia na prática o que Alan Watts entendia sobre the sound of one hand clapping, no seu famoso livro dos anos sessenta A Sabedoria da Insegurança.

Não foi um curso, nem seminário, apenas o cartão de visita do monge Ricardo, pra apresentar a Meditação Transcendental Zen-budista.
Ele fez as honras da casa numa pequena sala comercial, situada em prédio antigo da rua Siqueira Campos. Onde mais poderia ser? Copacabana.

Andamos em círculo, pisando na ponta dos pés, imaginando o contato das flores de lótus e entoando ons & ans na batida da respiração, como hippies em Woodstock.

Adolescentes no sábado, depois do almoço, procuram diversão a qualquer custo, de preferência gratuita.
Meu amigo Natan não se concentrou e riu na hora da meditação. Foi premiado com duas porradas de vara de bambu no ombro, que lhe machucaram o ego.
O monge não estava pra brincadeira.

Monday, January 03, 2005

C O P A C A B A N A

Ainda não foi feita a grande obra sobre o bairro, proporcional à escala humana de celebridades anônimas, entre seus habitantes, moradores, filhos, amantes, simpatizantes ou apátridas.

Quando ou enquanto morador de Copacabana, flertava outro distrito (é assim que se fala?), neighborhood internacional, Ipanema bandalarga de notáveis nos desfiles em bloco de carnaval.
Pós similação bairrista carioca dos neurônios, fiquei resolvido, habitar neste e preservar aquele como depositário fiel de lembranças, afetos e fantasias. Gosto do Leblon também, daí a meada se perder, na procura de ser sóbrio. E o Leme? Totalmente idílico (mítico? O que tou dizendo?), Copacabana nos genes, no meu querer.

A partir da experiência ipanemense, minha terra indígena, ali marcando território como animal mijante, saindo do cinema da calçada Pirajá da Paz, reinterpretei o hamlet do Polanski, porque estava em altos espíritos.
Como ia dizendo, ipanemense, senti nas entranhas o amor latindo por Copacabana.

Da Prado Jr à Rainha Elizabeth. Me perdoem Nelson Rodrigues, Ruy Castro, Fontoura, Ângela, Branquinho, Fausto, Natan, Regina, Mr. Eter, Maria, Míriam Impérios dos Sentidos Fonteneli...
não sei o que estou citando.
Dagora em diante, vou contar o que der na telha em capítulos, sobre Copacabana.

Sunday, January 02, 2005

NÃO SEI COMO ACONTECE

Olho pro horizonte, caçando novos talentos.
- Que voce acha dessa, bonitinha, gostosa?
- Deixa pra lá. Essa é ano passado.

In short notice. A gordota Cláudia falou da filha, marido e um pouco do seu projeto pra se tornar corredora de perna cheia até o fim do ano.
Eu terminei falando do episódio Meditação Transcendental Zen-budista.

Antes veio Patrícia, pequena atlética, cardiologista clínica, cuja voz é tão bonita e me engrandece quando me chama Nelsinho.

Ambas simpáticas, ano passado no dia de hoje.

Saturday, January 01, 2005

ECOS DO RÊVÊLÃO

A noite do 31, cacofonia à flor da pele, Maceió na virada, parecia estar vivendo a grande depressão.
Nunca vi uma população tão desesperada em celebrar melhores presságios.

O lado B deu face à tapa. Amanhecer do dia primeiro, populares da véspera pareciam exercitar outra necessidade, a negação da cidadania. Atirando latas, jogando lixo, quebrando garrafas, urinando, nas vias públicas. Numa urgente degradação do meio ambiente.

Da varanda, a gente se vê.