Tuesday, November 29, 2005

I GOTTA TAKE A SENTIMENTAL JOURNEY, SENTIMENTAL JOURNEY HOME

Confidences trops Intimes de Patrice Leconte sempre acerta no que faz. Os filmes dele que assisti até agora foram preciosos no meu gosto e precisos do que esperar na viagem do cinema.
Roteiro de Jérôme Tonnerre, com o destaque dos personagens Anna e William, dos atores Sandrine Bonnaire e Fabrici Luchini. Em ingles o título Intimate Strangers jogou bem com as palavras e o diagnóstico dos relacionamentos contemporâneos, muito íntimos e estranhados. Mas ignorou o foco proposital do filme: as confidências.
A propósito dessa sinopse: "Now 2 people who never should have met are discovering there's nothing more seductive than the truth." Mais sedutor que a verdade sei não, não deixa de ser sinopse legal, no início a possibilidade, dizer encontrar distâncias, não encurtar, no mesmo paralelo, similitude, interesse, sei não. A propósito de similitude: "fundo, silencioso, contrastando com as chapadas e as elevações onde o dia fulgura e a vida rumoreja, não nos impõe ]o vale] a sua similitude com as almas recolhidas e pensativas, mas boas e fecundas?"(Amadeu Amaral, O Elogio da Mediocridade).
Filme bom, sexo bom, transpiramos purezas. É isso que resume tudo?...
Jeanne, a ex do William, na pele de Anne Bouchet simpathetically real and touching in a quiet way ..as a smart woman who may not be as sure of what she wants as she claims.
Leconte fez filme centrado a grosso modo em intensas conversações em pequenos espaços. The ultimate resolution is no less believable for its predictability (ainda me pergunto por quê).
Psicanalista pro advogado especializado nas leis fiscais ou consultor das mazelas tributárias que regem a economia: Nossas profissões involvem o conhecimento de segredos pessoais e tomar decisões sobre o que revelar e esconder.
Que tal a referência da loura de pele macia dum filme de Hitchcock, Grace Kelly de Rear Window ou Kim Novak de Vertigo ...sprawled seductively on an analyst's couch, smoking cigarettes and confiding her sexual frustation to a repressed wide-eyed shrink who is obsessed with her.
O desejo como um tipo de ficção científica romantica na qual as dúvidas e possibilidades são livres de risco, e delícia maior imaginar uma paixão transcedente do que se entregar à confusa, potencialmente frustrante mecânica da conversação presente.
A mística da psicanálise, o doutor tão ganancioso quanto pomposo - O que as mulheres querem?
- Once ajar, the door to female mystery is hard to shut again.
Do ponto de vista do "O Barão nas Árvores" de Italo Calvino será que poderíamos adotar a mesma ótica do panorama visto do alto das árvores direcionado à análise dos relacionamentos
afetivos, ou seja "se verificam sempre as causas, não os efeitos"?
Is 'Intimate Strangers' a romance? A thriller? A drama? It is, as they say, what it is, it's a movie by people who know there are few things more thrilling , or that seem more perilous, than meeting the romantic "other" and having those first, careful conversations.

Monday, November 28, 2005

QUARTO TEMPO...

- Escorrega e RACE! (disse que nem tia Aline diz), Ana Paula levou no pé da frase e sprintou com humor de corredora. E nós da escolta que achávamos ela estava no topo do fôlego...
A pressa dela era ultrapassar menina que não tava nem aí, entretida em correr na companhia do pai.

Na foto Vinícius parecia contar pra encanto do Clebinho:
- Quando voce for grande que nem eu vai entender também os mistérios das tartarugas e a vida nos mares. Vou levar voce pra gente andar nas areias da praia...
Clebinho, disfarçando sorriso num bocejo parecia pensar:
- Não vejo a hora...

A platéia do show da Maria Betania contou com a presença feminina na sua maioria. Não faltaram xales, rendas e bolsinhas prateadas. Alguma tendência da moda local? não sei..
Porém, sentada no alto do mezanino uma senhora, alguém podia jurar, vestia roupão de banho pink num corte diferente...
No mais foi a festa das câmeras digitais e celulares fotográficos. A tal ponto de causar inveja a centenas de japoneses em várias excursões turísticas.

Sunday, November 27, 2005

TEMPO TEMPO TEMPO...

Show da Maria Betania. Inaugurando teatro em Maceió digno pros melhores sons pra muita gente na platéia e no mezzanino onde fiquei nas alturas, vendo tudo menos a cara da estrela. Valeu a força, a expressão máxima da intérprete, o domínio da música, harmonia e o canto no ritmo da técnica perfeita.
Pra dizer assim pena que não vi a face brilhando no sentimento de tudo mas de que adiantava...? Se a voz soberana me arrebatou os sentidos.

TEMPO TEMPO TEMPO...

Ganhei presente me fez eufórico pra não dizer feliz: uma simples foto dos dias de hoje, instantaneo digital. Que me transformou de órfão de pai e mãe, em cúmplice familiar pela beatitude do momento: o encontro de 2 anjos Vinícius e Clebinho, puros, sinceros e íntimos, além dos traços e laços de família. Que me fez e faz acreditar no instante do futuro.
E na mensagem dos anjos acredito.

TEMPO TEMPO TEMPO...

Quinta-feira, na noite dia 24 corri na última prova do Circuito da Lua. Fazia tempo que não sentia o gostinho. Como na primeira vez fazendo o percurso. Dessa vez o inusitado proporcionou satisfação extra. Por conta do momento: fomos 3 em ritmo conservador, íntegro, caráteres ilibados a toda corrida, acompanhando o melhor desempenho de Ana Paula nas suas passadas full gas na passarela de pernas pro mar, escoltada pelo matador predador de corações Wellington e eu, humilde servo da loura sereia. E com falar da escolta maior, motoqueiro PM EXEMPLAR que bateu pra fora qualquer interferência ao nosso intuito de saborear o sucesso de Ana Paula. Fomos celebridades naquela noite na orla. Nunca fomos tão seguros e respeitados no asfalto da noite. E chegamos satisfeitos pra não dizer felizes naquele momento de 35 minutos.

Tuesday, November 22, 2005

DE THE END EM THE END JIM/DOORS FIZERAM UM ÉPICO PRA CELEBRAR O FIM

Na hora de transcrever a letra não sabia do site http://www.sptimes.com/2005/webspecials05/mary-and-jim
que traz mementos da vida colegial de Jim Morrison com pinta de careta. A música The End partiu do adeus a Mary Werbelow depois que os dois terminaram o namoro (ela e o Jim) e evoluiu graças ao tempo pra experimentação no show no Whiskey-A-G0-G0, Los Angeles club, pra esse clássico do rock com 11 minutos de despedida. Dos tempos de paixão adolescente na Flórida até a versão final do épico foi uma acid trip.

Thursday, November 17, 2005

SER OU NÃO SER ANIVERSARIANTE

Ontem completei 52 anos de idade e não recebi dos meus 32 amigos, são tantos e pro termômetro orkut de excelência existencial são poucos, sim estou me referindo aos 32 amigos do orkut - um sequer parabéns, tá ligado? tava falando que não recebi...
Poderia ser pior, calculem a decepção se fossem 300 amigos. E minha meta é chegar aos 1000, não sei se vou suportar os próximos aniversários se começar chover amigo na minha horta.
Caso chegasse aos 1000 em vida, meu discurso de agradecimento além de mencionar as criancinhas (vide Pelé depois do milésimo gol "- Lembrem-se das criancinhas passando fome!.."), iria abraçar outras causas, as minorias, olhando pro meu semelhante, a categoria dos não altos, o quê?..tá bom, pensei ter ouvido menorias, mi me qual a diferença?, depende do sotaque, da região..Neologismo? Não sei onde voce quer chegar.
O mais importante no discurso seria demonstrar solidariedade com os sem amigos ou poucos amigos, desde os antipáticos até os nojentos e pernósticos. Pera aí, no mundo orkut ideal, zero amigos não existe, vamos falar dos com 1 amigo..
Caso chegasse aos 1000 post morten, o céu seria o limite, todo ano ganharia mais 1000, o culto da minha personalidade milagreira, vide a romaria que busca o túmulo do cantor Paulo Sérgio todo ano no dia de finados. Não sei como a grandeza post morten dos amigos iria me ajudar no orkut, não estando suficientemente vivo pra aceitá-los. Uma hipótese: o milagre dos amigos alcançados continuariam inexplicados e atraindo mais amigos...Esse papo só pode ser alucinação de quem foi privado de 32 parabéns.
Pra dar um basta na teoria conspiratória, alucinatória, o que seja, vamos eleger o vilão da história: um tal de bad server. E assim a gente deixa os 32 amigos em paz.

Quem mais uma vez esteve presente na minha data querida foi Actual Incest Forums do actualincest.com, me desejando happy birthday. Não preciso dizer, um spam amigo com quem posso contar.

Wednesday, November 16, 2005

VIDA INCONTESTÁVEL, É O EXAGERO

Recebi o livro luxuoso iBest 2005, alardeando luzes e impressões gráficas de primeira dos sites premiados, por categorias, por regiões do Brasil e no geral o creme do creme, sites vencedores campeões da web tupiniquim. Recebi porque participei da competição, projeto anárquico tropicalista tal Torquato sem talento, entrei na roubada atrás de motivação e pretexto de atrair uns e outros pro meu samba Monk, Thelonious sampleado. Pedi votos num impulso pra socializar o nada que se aproveite, agregador não solitário navegando contra a besteira isolacionista, chamamento ao sufrágio pra descontentar diante do blog.
Através do ibest quem sabe ir além da besteira, a fantasia da graça alcançada dos blogs da côrte de transitar entre os nobres e ser escolhido num gesto impensado pra fazer sombra aos crédulos favoritos. Ou combinação lotérica de azares, pura magia de resultados como os fogos de artifício vistos do alto na laje da Rocinha, pra animar ano novo cheio de silencios de descanso.
Antes disso no domingo fui jantar num self-service amigo da família e um sobrinho da proprietária, bebê de 2 anos no máximo surtou e saltou do colo familiar pro aconchego estrangeiro dos meus braços e ficou em paz com a cabecinha no meu ombro. Olhe a criança visitando minha alma que nem a solidão em tempos de outros filmes.
Numa cadeia de improbabilidades de coisas que se dizem e se tocam, outra porta se abriu: segunda a noite assistindo tv, seriado em canal por assinatura, recebi a visita de Jim Morrison, The Doors
This is the end
Beautiful friend
This is the end
My only friend, the end

Of our elaborate plans, the end
Of everything that stands, the end
No safety or surprise, the end
I'll never look into your eyes...again

Can you picture what will be
So limitless and free
Desperately in need...of some...stranger's hand
In a...desperate land

Lost in a Roman...wilderness of pain
And all the children are insane
All the children are insane
Waiting for the summer rain, yeah

There's danger on the edge of town
Ride the King's highway, baby
Weird scenes inside the gold mine
Ride the highway west, baby

Ride the snake, ride the snake
To the lake, the ancient lake, baby
The snake is long, seven miles
Ride the snake...he's old, and his skin is cold

The west is the best
The west is the best
Get here, and we'll do the rest

The blue bus is callin'us
The blue bus is callin'us
Driver, where you taken'us

The killer awoke before dawn, he put his boots on
He took a face from the ancient gallery
And he walked on down the hall
He went into the room where his sister lived, and...then he
Paid a visit to his brother, and then he
He walked on down the hall, and
And he came to a door...and he looked inside
Father, yes son, I want to kill you
Mother...I want to...fuck you

C'mon baby, take a chance with us
C'mon baby, take a chance with us
C'mon baby, take a chance with us
And meet me at the back of the blue bus
Doin' a blue rock
On a blue bus
Doin'a blue rock
C'mon, yeah

Kill, kill, kill, kill, kill, kill

This is the end
Beautiful friend
This is the end
My only friend, the end

It hurts to set you free
But you'll never follow me
The end of laughter and soft lies
The end of nights we tried to die

This is the end

Saturday, November 12, 2005

FOI A SECURA NA GARGANTA?

Podia ter pedalado melhor, não que fosse minha especialidade ou alguma outra se possuísse de mim, o triatlo indoor na academia me deixou devendo rapidez na quota máxima de igual jaez das minhas entranhas capazes de suportar.
Uma competição sem fins lucrativos, talvez brindes de primeira pra quem fosse melhor chegando na frente dos demais ou orgulho competitivo pra quem derrotou a alta estima de concorrente escolhido.
Teve de tudo um mais, participantes ausentes, desculpados, indeferentes, atrasados, muito barulho por todo, ambiente onde pesa cá vai lá competir que o peso do atleta vai dizer alguma coisa no resultado dos melhores.
Uma professora quase parindo na água nadou com estilo, com o barrigão do tamanho da sua pequena estatura, melhor que o marido fortão prenhe de preocupações.
Outro professor na piscina brilhou avesso à técnica quando braçadas e pernadas desencontradas facilitaram a sunga de elástico vencido arriar e exibir bunda branca pra delírio da torcida e público feminino (ou quem sabe...) menos exigente.
Janaína favorita a toda prova, excelente nas tres modalidades: ciclismo, corrida e natação, não foi bem em nenhuma. Mas relevou o fiasco com o melhor bom humor e espírito olímpico.

Thursday, November 10, 2005

SONHO AINDA PODE SE CHAMAR DOCE?

Eu e a Atleta Presilha Pink vamos passar a noite num hotel (não sei a razão, foi depois da separação. Encaramos com naturalidade, sem o menor tesão). Ela está de bicicleta e vestida de ciclista, eu com roupa de academia, ela diz pra gente entrar no hotel descalços, olho o chão sujo como houvesse obra, não tiramos o tênis. O cara da recepção que está de bobeira fora da entrada talvez por absoluta falta de movimento hoteleiro, se aproxima vou logo dizendo que queria apenas passar a noite (2 de mãos abanando sem bagagem e era um hotel comum), o cara não presta atenção, já no balcão da recepção pede um sinal (dinheiro adiantado) e vai escrevendo (o quê não sei, como estivesse inventando os dados), ele diz que a diária é 80 reais, a Atleta vem chegando eu digo o preço, ela me dá 100, eu tinha 50, peço mais 10 pra ela e conto quando li reportagem no jornal sobre hotéis e pousadas pra gente passar a noite...havia escolhido a mais simples de 50, ela faz careta eu digo tava brincando (fica por isso mesmo sem menor arrazoado, por que estava só com 50 e a identidade ...?). Enquanto esperamos a chave, a recepção de repente fica no maior movimento de hóspedes, um cara começa a fazer comentários sobre os dvds da Atleta, moça por trás de computador (a recepção também fica cheia de funcionários) dá voto no gosto da Atleta por filmes, ela gosta de cinema de arte e inadvertidamente havia locado filme de ação, o que agrada o cara abelhudo. Faço carinho no braço dela, ela deixa, não liga. Como quem não quer nada a recepção é invadida por velhos doentes e eu pensando que ia dar um pulo em casa mais tarde pra pegar dinheiro pra comer e acertar dívida com Atleta. Os velhos falam em doenças, são bem magros, tem um sentado com vários remédios sobre uma mesa ao lado, coro grego fora do meu alcance visual fala em vasos do esôfago. Um velho começa a vomitar no balcão da recepção fazendo questão de vir na minha direção (alguém comenta ou foi o coro (?) que é a segunda vez). O vômito parece iogurte natural.

Monday, November 07, 2005

+b

Não se trata de mais um programa do canal gnt - um forum sobre set design cinematográfico já que vou falar de filme B. Apenas propor uma dúvida: Existe semelhança entre Alien Vs. Predator e Dirty Shame ? Aparentemente não, começar pelas antagônicas produções, uma a Fox investiu pra ser exibida e faturada nos multiplexes da vida mundo a fora; outra, independente parece dizer "Not coming to theater near you".
Alien vs. Predator é um filme assistido por um video game que devia tá de sacanagem, personagens under B influence, dum lado os predadores ameaçam estilosos com polares que não medem frequência cardíaca, são verdadeiros laptop de pulso proporcionais aos perfis gigantescos dos seus donos. Por sua vez os alienígenas dependem do excesso de saliva ou baba cósmica.
Mas algo aproxima os filmes em espécie na hora de pesquisar semelhança, a inferência da imagem sexual em tempo de guerra
"The Aliens are still flying latex vaginas that invade chests and metamorphose into giant penis-headed goo-drippers."
Em Dirty Shame a guerra é diferente e a imagem sexual mais explícita. Guerra pela diversidade sexual, liberação dos instintos libidinosos frente à repulsa ao sexo conservada na hipocrisia (no subúrbio todos são obcecados por símbolos, fetiches e práticas sexuais diferenciadas, apenas reprimem ou escondem debaixo do tapete religioso, moral e cívico). Sinopse do filme e falas dos personagens dizem por si só preciosidades
"Head injuries and sex-addicts in blue-collar Baltimore."
..."- Admit to God you are a whore, make a list of all the people you've fucked and apologize to their parents."...
..."- I'm afraid I'll stay home and date rape myself all night long."...
..."- Something is the matter with your vagina."....

PROCURADOR ACHADO NO ANIVERSÁRIO

Friday night fever, o aniversário do Procurador de Estado rodeado de seus legais amigos, do irmão federal da polícia, passando pelo delegado até o juiz boa gente bom de boca, apetite pros comes salgados e doces. Festa pra procurador nenhum botar defeito junto da esposa, atento e esperto pra não cometer deslize e mergulho na piscina sentado próximo da beira.
Rolou música no violão e instrumentos de percussão na parceria de profissionais liberais e sons vocais também.
Bebidas de praxe bem servidas: cachaça, uísque e cerveja, água mineral com gás de enxerida.
Queijos e buffet quente pra aquecer o estômago antes da chegada do jantar à meia-noite: polvo, maçunim, sururu e camarão cada qual saboroso no molho cremoso, purê de batata, batatinha palha e arroz pra dar mais sustança. Pros fãs da carne vermelha não faltou macia bem temperada, o indefectível filé mignon.

Friday, November 04, 2005

"TWO FACES HAVE I, ONE TO LAUGH AND ONE TO CRY"

Ou desesperadamente procurando Woody Allen por ele mesmo. Melinda and Melinda é um retorno ou tentativa do diretor jubilado reverenciar sua forma dos anos 70.
Dois filmes em um, duas Melindas em uma notável atriz australiana Radha Mitchell pra responder a pergunta: A vida é basicamente cômica ou trágica? Pra Woody Allen nem comédia nem tragédia, o filme ta mais pra elegante soap opera.
Ele propõe 2 enredos trabalhados de forma simultânea com alguns pontos em comum, entre eles a personagem principal, dentistas e corridas de cavalo. Por exemplo, dos vários relacionamentos de Melinda ela despreza dentistas em favor de músicos. E pras Melindas sinônimo de diversão nada como uma tarde no hipódromo.
Na mistura de tragédia burguesa e comédia romântica sobram esposas infiéis numa farsa de alcova onde o alter ego de Allen o ator Will Farrel se sai muito bem. Em determinado momento do filme confrontando rival amoroso, exímio caçador de veados e outros bichos selvagens, quer saber:
"Did you shoot the furniture we're sitting on?"
O filme me agradou principalmente diante dos últimos fiascos de Allen, vale a pena ser assistido.

Thursday, November 03, 2005

INVISÍVEL VAZIO DAS RELAÇÕES HUMANAS MADE IN KOREA

Esse filme Casa Vazia, vi no cinema sessão de arte, sul-coreano na alma do diretor Kim Ki-Duk e budista na veia da história de amor e na vida da história contada.
Sinopse:Tae-Suk (Jae Hee) é um universitário easy-rider que invade casas vazias, não para promover pilhagem, apenas ficar um ou dois dias em cada lugar, aproveitando as delícias da hospedagem, boa comida, assistir tv, ouvir música, tomar banho demorado e sentir-se parte dum ambiente familiar ou caseiro. Em troca desse conforto roubado ele lava roupa dos outros, cuida das plantas e conserta de tudo, qualquer utilidade doméstica defeituosa.
O jogo toma outro rumo quando numa mansão invadida ele encontra Sun-Hwa (Lee Seung-Yeon) que se esconde de medo do marido violento. A bela mulher não tem como evitar, o valentão retorna de viagem e lhe senta a porrada de novo, Tae-Suk vinga-se usando boladas com taco de golfe 3-Iron (título do filme em ingles) pra cima do bandido marido. O jovem casal se manda.
Tae e Sun partem pra uma enigmática slow burning love story.
A terceira parte do filme ganha contornos peculiares. A partir da invisibilidade do apaixonado invasor, paz e amor invadem a mansão do marido tirano, prenúncio do final feliz pra vida a tres algo como Dona Flor made in Korea.
Muitos acontecimentos reverberam conceitos budistas nessa fábula cinematográfica, permeados por silêncios primordiais, fazendo juz a opção muda do cinema do personagem asiático principal.
Filme muito legal.

Wednesday, November 02, 2005

CRIANÇAS A BEIRA DUM GOLPE DE ESTADO

Diante do magnífico filme chileno Machuca gostaria de afirmar uma escolha adulta: perceber o mundo e as pessoas como criança, a mesma intensidade e inocência moral. As 3 crianças que arrebatam o filme e o momento do filme, Chile em 1973, transitam na pré-adolescência, apuros, alegrias e ritos de passagem, da brutalidade escolar às misérias da clase média alta de Santiago. Nesse estado de espírito e percepção transitam no centro de desordenada tensão no país em que vivem, vésperas dum golpe de Estado que assassinou um presidente e colocou no poder uma feroz junta militar.
São lembranças da infancia do diretor carregadas de nostalgia, assombradas por ansiedade e medo.
O diretor Andrés Wood, as 3 crianças: Matías Queer no papel de Gonzalo, Ariel Mateluna no papel de Pedro Machuca e Manuela Martelli no papel de Silvana.