O FUMO FAZ BEM PRA ELES E ELAS, MÉDICOS NÃO PODEM NEGAR

Passei todo sábado em Arapiraca, agreste alagoano, numa confraternização de velhos médicos na capital nacional do fumo e das moscas.
Na chegada fomos recebidos por uma banda de pífaros e rojões. Os rojões duraram enquanto as visitas de outras praças cruzavam o portão. Já a banda popular, folclore há que se considerar bacana relevante, não parou e retumbou sons que chegaram beliscar os nervos. E foi assim manhã adentro e tarde afora, com pausas edificantes pros músicos saciarem a sede da cerveja, a fome da carne no espeto e a farinha de direito, que da vida só se leva momento mais entretenimento, o melhor pro gosto.
As moscas acompanharam os festejos de perto, dos pratos, das comidas, dos copos, dos rostos, das bocas. (Elas se acham no fumo que se plantou e espalham querências ao redor dos estímulos rurais que lhes fazem a festa).
Chegamos lá de ônibus. Não sei por que cargas d'água, apesar da estiagem, o lider médico contratou ônibus velho, por espírito de corpo será?, não sei, o ônibus falhava, da falta do ar condicionado até às poltronas que não ficavam na posição vertical (vide instruções dos aviões de carreira) e despencavam pra trás com o andar da carruagem.
Carne dura, do churrasco nem sempre. Das saladas gostosas vontade de repetir. O pão de alho cumpriu desejo e não deixou por menos.
A sobremesa quando chegou vez depois do almoço, aparente saciada a fome dos que curtem o mormaço, o calor, ou a paisagem bucólica dum terraço lateral que não espanta o calor mas convive o cheiro do pasto de vacas distantes - foi do seguinte quilate: sorvete de nata entranhado com sorvete de goiaba e como se não bastasse, sobrou delícia dos deuses na torta de nozes.

Editei e vou atualizar

Ainda bem que a Margot esteve ao meu lado quase todo dia. Ou fui eu que não larguei da Margot. Ela está separada do marido não é de ontem e o divórcio não aconteceu por razões que os dois deixam pra eles. Uma das filhas advogada prometeu oficializar a separação e ficou nisso. A Margot tem 3 filhas, a que casou durou pouco, 3 anos. Todas moram juntas, segundo Margot a 'casa das encalhadas'.
Margot falou do casamento, dos pais, do seu talento pra dança (ela dança divinamente), dos sonhos interrompidos, dos novos projetos (ela fez faculdade de turismo e vai iniciar a pós graduação). E da cirurgia no pé pra retirar um quisto (ela voltou a dançar mas esse pé ficou diferente, um ossinho saliente. Não compromete a estética, apenas o perfeito equilíbrio da excelente dançarina).
Gosto muito da Margot.
Aproveito a atualização pra contar a piada que ouvi numa mesa de jovens casais. Não conhecia ninguém, apenas 6 graus de aproximação me fizeram abelhudo. Pra ilustrar o espaço tempo da moçada:
- O Ritchie morreu.
- De quê?
- Ele comeu a 'menina veneno'.