PROPAGANDA TOTALITARIA

O que é esse negocio Polishop? Que toma conta da tv que consumo? São horas e horas de comerciais repetitivos dos mais diversos desígnios pra convencer que alguém necessita daquilo pra viver: escadas mágicas que se dobram e estendem mais e chegam suportar variações antes nunca pensadas pra escada de degrau em degrau, brassière de tão maravilhoso, porta cada seio como uma mão em concha, o Wonder Bra segura e junta os peitos do jeito próprio só com as conchas aderentes pra cobrir os bicos indo além do disfarce. O grill foreman que baba gordura numa tigela a parte, a mangueira enrolada achatada pra não dar nó em pingo d'água; quase tudo dobrável pra esconder compactado embaixo de cadeiras, sofás e camas, como a mesinha que aguenta um botijão de água mineral e se inclina e é maliavel às mais variadas refeições e uso de notebooks com a tela maior do que laptops antecessores. Sem esquecer a DigiCam que fotografa intimidades expressas no seco ou molhado interior da piscina, a chapinha que dá conta de cabelos espinhosos e põe tudo liso. E sem se dar por satisfeito manda ver a cadeira que se garante sem recorrer a esconderijos, a ABKing Pro, pra trabalhar a região abdominal como um rei desbarrigado.
Nenhuma midia que circula na massa ofereceu luz que dê ao misterio alguma dignidade. Quando a rotina não oferece explicações vale a pena registrar outro produto, cintas que nem coletes a prova de balas, que deixam os consumidores na defensiva prendendo a postura no último suspiro.

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Quase passei batido pelo Astro Juicer, um artefato metido a futurista, algo que vai pro espaço ou chegou dele com boas intenções, aproveitar tudo da fruta, não vou dizer até o bagaço porque a ênfase do comercial é o aproveitamento total do imaculado teor do bem nutritivo sem chegar a tanto.