AUTO-CRÍTICA. A PEDIDO DO MEU TIO
Desde que me entendo por indigente faço crítica. Faço crítica de tudo e de todos. Esto sempre criticando desde antes do pré-primário. Não comecei pelo jardim de infância, talvez tenha sido barrado na porta. Quanto a começar a ir pra escola, achava pura perda de tempo, a minha lógica era infalível, se uma coisa primária não tinha quase nada a acrescentar, a não ser meu olhar de desdém, o pré merecia total repulsa. Ficando em casa aprendia o duro jogo de conviver com a vizinhança, muito mais complexo do que sentar em cadeirinhas ao lado de criancinhas tão sem graça quanto eu e cantar musiquinhas deprimentes. Depois era ficar esperando o tédio do recreio, quando nada também me interessava. Vinha o segundo tempo com mais babaquices até a hora da saída.
Respeitadas as vicissitudes das devidas fases da vida e respectivos aprendizados, fui resmungando, reclamando e criticando por aí a fora.
Em alguns momentos curti pra caramba o ginásio no Colégio Bennett, por reunir as melhores gatas do Rio. E gostei dos meus dois anos de faculdade Candido Mendes Ipanema, quando cursei o turno da manhã. O turno da noite achava intragável (e olhe que se fumava bastante nas salas de aula).
E foi assim, na família, entre amigos, no trabalho. Críticas e críticas. Acontecia várias vezes de ficar calado e aparentemente aceitar determinada coisa. Em vez de recusar o fato, reclamava em off.
Fora isso, gosto de provocar as pessoas pra que elas se transformem no que imaginei pra elas.
Não achava necessário fazer auto-crítica como pediu meu tio, um tanto quanto irritado por estar enchendo o saco dele. Porque a minha cara diz tudo: não há nada pra se levar a sério.
Sou perdedor, fraco, de má aparência, preguiçoso, de baixa estatura (moral?), enxergo mal, sem ambições, ignorante, idiota, desqualificado. A lista é interminável.
Se não enxergou na minha cara, basta ler a merda do blog.
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