Friday, October 21, 2005

COISA MAIS LINDA

O documentário de Paulo Thiago, diretor de cinema não documentarista privilegiou escolhas e interesses de Lira & Menescal produtores essenciais desse sumário histórico da bossa nova. Sempre haverá discordância sobre a+b ocuparem espaço do filme no lugar de c+d, sem discriminação alfabética hierárquica de importancia, apenas a opção de valorar a memória documentada em atuais interpretações de descedentes diretos, quando podia ser não bem assim.
Aquela coisa, primeiro o arquivo depois o marketing pessoal dos herdeiros da bossa, justos vivos.
Assunto apaixonante tem disso e bossa nova é feminino, é encanto, é referencia, é natureza, é mistério da grandeza simples, da beleza solidária.
O filme tem momentos e conversas e letras e músicas e contos nas imagens, que valem tudo pra dizer imperdível. Assistindo vinha vontade de chorar, bloqueei porque senão ia soluçar lágrimas de esguicho (como diria Nelson Rodrigues) e extravasar muitas lembranças congestionadas no coração e seria um deus dará pra não sei onde.

Vou transcrever a poesia do Caetano com o mesmo título, porque fala de mulher e amor:
"Coisa mais bonita é voce,/ Assim,/ Justinho voce/ Eu juro, eu não sei porque voce/ Voce é mais bonita que a flor,/ Quem dera,/ A primavera da flor/ Tivesse todo esse aroma de beleza que é o amor/ Perfumando a natureza,/ Numa forma de mulher/ Porque tão linda assim não existe a flor/ Nem mesmo a cor não existe/ E o amor/ Nem mesmo o amor existe/ Porque tão linda assim não existe/ A flor/ Nem mesmo a cor não existe/ E o amor,/ Nem mesmo o amor existe"

Complementando

O que não foi dito aqui e merece letras solares é a ligação química de pele entre a Bossa Nova e o Rio de Janeiro. Uma paixão ao primeiro visual maravilhoso do mar, do céu, da praia, dando a imaginar que foi a conjugação entre pessoas iluminadas e o lugar mágico que geraram movimento musical inovador tão cheio de graça, leveza, descontração e bom senso, de humor.
Fundamentais pessoas, fundamental beleza e essencial lugar dão samba. O poeta, a mulher e a Cidade, triângulo amoroso, charmoso, ritimado com bossa, que transcende o tempo e épocas mais contemplativas e líricas.
A linda música não toma conhecimento de história e portos seguros, ela habita a paisagem e sensibilidade - água/sal/areia da mesma alma.

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