FULANA FEZ A FESTA
Outro dia calhou, ir a uma festinha. Não era convidado, fui a reboque de senhora da alta.
A patronesse comemorava alguma coisa. Teve até bolo de padaria cor de ameixa com recheio da mesma moeda, coberto de muito glacê branco. Lá pelas tantas, acenderam no topo do bicho tres palitos, pequenos incensos pirotécnicos que faiscavam infantilmente. Mas o garçom lutou pro troço pegar!
O garçom a quem interessava, de pouca valia servia. Uísque aguado e racionado. O que dizer da cerveja? A latinha vinha, molhava a goela do copo chique e desaparecia envergonhada. O rapaz carregava a bandeja, pingando suor em míseros salgadinhos frios.
Na pista de cimento um casal fazia evoluções certeiras ao som do teclado e voz amigos para sempre, na maior altura.
Os presentes na sua maioria passavam dos sessenta. Conversavam aos gritos o que dava na telha, fazendo de conta que o assunto entretia.
A dona da festa escolheu pro regabofe área interna do prédio. Num falso playground espalhou meia dúzia de mesas. Espaço descoberto, noite enluarada, todavia nem todo mundo tava livre de levar água na cabeça. Chuva que nada! Goteira de arcondicionado.
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