GERALDO, O PROFESSOR DE EDUCAÇÃO FÍSICA - X

Pra não ficar repetitivo além da conta, vamos encerrar a temporada no capítulo X, a não ser que haja uma reviravolta.
O Professor Geraldo se formou, casou, teve filhos e buscou antes de tudo o reconhecimento da
Academia: de Letras, de Ciências, Militar das Agulhas Negras. E acabou resignado no Hotel Glória, onde somou mais 15 anos localizados de ensinamentos na área de educação fisica.
E veio Maceió e Academia Vigor e muito dinheiro pra viajar mundo a fora.
A VIAGEM/
Desde o assassinato do estilista Gianni Versace na aprazível Miami, o Prof. Geraldo pensava em prestar a sua homenagem ao homem que tanto admirou, menos pelas roupas cheias de encanto e mais pelo estilo de vida na convivência entre iguais do mesmo sexo, explico:
O mestre carioca, alagoano honorário também viveu momentos difíceis causados por jovens atléticos, fortões, ciumentos, praticantes da musculação segura, com camisinha.
Há quem diga que o professor ansiava por constatar de cara (com apenas duas doses) o sucesso do empresário/político, alagoano/paulista Fernando Collor cujo título de eleitor é da Colômbia, onde comercializou naquelas bundas, quer dizer naquelas bandas com êxito o Ecstazy em supositório.
Na verdade o Prof. Geraldo acreditava que um dia seria feita a Justiça Eleitoral e ele poderia votar numa boa em South Beach, onde os modelos mais bonitos fazem boca de urna, depois de escovarem os dentes.
Chega de papo pra cubano dormir e voltemos ao roteiro fashion (de tantos brasileiros bem de vida, ou melhor, de bem com a vida) do escolado e pós graduado mestre de socialites do circuito Elizabeth Arden: Rio/Brasília/Maceió.
Nunca é demais lembrar: após a Internet e o Napster nada trouxe mais benefício à humanidade que a tese de doutorado do Geraldo -
"A MENOPAUSA DA SELEÇÃO BRASILEIRA E AS VIRTUDES DO FUTIVOLEI NA PREVENÇÃO DA OSTEOPOROSE NOS JOGADORES DE FRENTE" (nota dez em todos os quesitos, principalmente harmonia e adereços de mão).
Próxima parada: SÃO FRANCISCO/
Na viagem pra São Francisco, Geraldo ainda no avião, quando esmurrava a bandeja espremida contra sua barriga, gritando por serviço de bordo, comida ou espaço, o que viesse primeiro, resolveu dar um tempo aos pensamentos, numa boa, sem crises de choro.
FLASHBACK/
Nesse momento ele mergulhou no túnel do tempo. Antes de comer a primeira fatia de bolo no aniversário dos seus dezoito anos, o pai lhe perguntou: " O que vai querer de presente? Uma lipo ou uma viagem à São Francisco?"
Prevaleceu na decisão a curiosidade em buscar novos conhecimentos - Na Castro Street todos os gatos são pardos e ostentam bigodões? Assim, ele partiu pro coração da cidade.
Lá encontrou uma rapaziada saltitante, necessitando achar um lider daqueles movimentos.
Da prática esportiva que ninguém ousava dizer o nome e todos enrustiam:
- Será uma dança? Uma ginástica? Ou um comercial de pasta de dentes?
Nosso professor lhe deu o nome de AEROBIC CLASS.
Do âmago da situação envolvendo criaturas alegres e indefinidas, o mestre Geraldo foi buscar a inspiração pra criar a mais espetacular cultura do condicionamento físico:
A atividade de todos os entendidos, ou seja, de todos os sentidos - mente e corpo sarados só precisavam do golpe de mestre, digo, da marca do mestre. O instrumento de trabalho adequado: a bermuda justa.
Pra não ficar apenas nos prazeres da carne apertada, a memória do Prof. Geraldo foi além pra provar que coração e São Francisco davam o maior samba.
FLASHBACK II/
...na Lapa, batucando numa caixinha de fósforos, surgiu numa roda de autênticos pagodeiros, a música tema "I left my heart in San Francisco". Antes de registrar a autoria, Geraldo se viu embriagado pelo romantismo, entre marinheiros bigodudos cantando e espantando a maresia...Resultado, não demorou pra ele se tornar vítima dum crime: foi roubado da idéia, música, letra, toalha e colchonete.
A canção ganhou mundo e paternidade estrangeira, de forma injusta (apesar da bermuda) e cruel pros sambistas brasileiros.

Passados anos e flashbacks, o Prof. Geraldo voltou à Castro Street procurando novidades pro seu guarda-roupa. Não demorou pra achar o modelito dos sonhos - calças de couro que disfarçavam as pernas mal malhadas e deixavam o principal de fora: a bunda sofrível.
Daí, diferentes ares viriam nas partes baixas.
Foi então que pintou na parada Nova Orleans, onde o mestre ficou dividido entre beber o Bourbon ou ainda sóbrio conhecer a rua famosa com o mesmo nome e curtir a música creola (com cento e vinte de quadril)....