Thursday, February 03, 2005

NINE, ELEVEN

Onde estava nessa data? Na data dos trágicos atentados?
Tava na academia do Geraldo, precisamente na área das bicicletas e esteiras, televisores pendurados no teto.
Eu, pedalava pra manter papo, com Janaína e outras que ocupassem o mesmo sabor da amiga Aninha.
E veio o primeiro avião na torre. No meio da conversa informal, causou impressão.
A maioria focou no fato. E começaram as tentativas pra compreender o que tava voando. Não faltavam ruídos dispersivos e assuntos pendentes pra se misturarem ao evento maior.
Na medida que o foco dos que malhavam convergiam pro grande impacto, causou especial atenção.
Geraldo entretido com alunas visitantes da faculdade federal, sedentas pra beber na fonte conhecimentos acadêmicos, distantes da prática e burburinho reinantes, ignorava o que o mundo passava.
No que o segundo avião atinge a outra torre, ninguém desgrudava das telas dos televisores suspensos. Não acreditando em 'acidente reincidente' nos prédios gêmios. Tinha que ser replay.
Geraldo acordou do encanto professoral e reclamou do excesso de excitação, consequência daquela inútil máquina, a barulhenta televisão.

No falatório dos presentes reagindo ao que a midia tentava digerir da realidade, um senhor que fazia esteira, cadenciado, chamou a filha adolescente que acabara de fazer musculação,
- Olha, vem ver, parece filme de Bruce Lee...
Bem provável, ele estivesse identificando o cinematográfico espetáculo catástrofe com algum filme de Bruce Willis...

0 Comments:

Post a Comment

<< Home