Tuesday, July 26, 2005

TRANSCRITO DUMA GRAVAÇÃO PRECÁRIA

Dois amigos tramam o enredo da peça de teatro:
"...Um - ...Eu acho que a gente num (começa a rir..)
Eu acho que ela tem de gostar de muita comida cachorro-quente, gostar de queijo frances,
ela não pode comer.. tendência a engordar e ela passa mal, fica com erupções na pele e
ele tem que se amarrar em gostar de comida também, comidas estranhas, comidas árabes..."
"...Outro - Assaltos a geladeira de madrugada..."
"...Um - Na verdade ele pensa sempre...aí ele tem aquele devaneio que ele fica querendo falar de fome no nordeste (não completa a palavra com medo), de fome de alguém, ele fica pensando sempre...naquelas menininhas essas que vão no sinal pedir dinheiro pra ele..Que uma vez, ele tava parado no sinal aí uma menininha muito...parou assim para oferecer chiclete, ele quis passar a mão, nem se tocou que a menina tava pedindo comida pra ele, uma garotinha só porque ele viu a bundinha dela tal quis passar a mão..aí sabe..Porra...aí a menina se prostituiu mesmo porra, por 1o conto ela porra... ...aí ele gozou dentro do carro..."
"...Outro - Aí depois que ficou foi uma caixa de Mentex..."
"...Um - Sim...É...(explode numa risada) ....É patético, é patético..."
"...Outro - É suicidante..."
"...Um - Eu não aguento, sério...eu não queria ser produtor de mim...."

Antes, um e outro, judeu e católico, na ditadura dos anos 70, quase num preâmbulo:
"...Outro - A gente tem que falar muito na censura...qualquer coisa, voce...é a censura..."
"...Um (ri) - Eu vou entrar em conflito sério com a tua criação, porque voce não tá dando o devido ...seriedade ao negócio (rindo) vem aqui na minha casa tomar o meu espaço..."

continua

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