Saturday, February 26, 2005

"PUXANDO PELA RUA MODA UM CAMINHÃO DE AREIA"

Manoel de Barros, Poemas Rupestres,

SE ACHANTE
Era um caranguejo muito se achante.
Ele se achava idôneo para flor.
Passava por nossa casa
Sem nem olhar de lado.
Parece que estava montado num coche
de princesa.
Ia bem devagar
Conforme o protocolo
A fim de receber aplausos.
Muito se achante demais.
Nem parou para comer goiaba.
(Acho que quem anda de coche não come
goiaba.)
Ia como se fosse tomar posse de deputado.
Mas o coche quebrou
E o caranguejo voltou a ser idôneo para
Mangue."
(pelas janelas abertas do Gilson Ribeiro em Caros Amigos)

Minha vida sem mim, filme canadense, que tem a ver com post caranguejo? Nem a certeza da morte.

Filme feminino, diretora Isabel Coixet, baseado no conto Pretending the bed is a raft de Nanci Kincaid.
O filme é achante, fazer tudo que resta que faça prazer pros queridos que ficam, família e conquista dum novo amor, pós descoberta de doença terminal aos vinte e tres anos da vida pela frente.
Nada sentimentalóide, é todo pró nobres sentimentos. Sensível. Cuidadoso. Delicado.
Quase fábula dedicada a valorizar o que tem de bom pra gente viver.
Nem falo dos principais, os papéis secundários nos deliciam com Amanda Plummer, Deborah Harry (Blondie!!), Maria de Medeiros. Grandes belezas.

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